Peritos discutem futuro do aquecimento global
17 de maio de 2005O ministro alemão do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, pediu mais medidas internacionais para a proteção do clima. "O processo iniciado com o Protocolo de Kyoto deve ter continuidade também após o ano 2012", disse no Seminário sobre Mudanças Climáticas, que terminou em Bonn, nesta terça-feira (17/05).
Durante dois dias, especialistas de 189 países trocaram informações e começaram a definir uma posição comum em relação às ações necessárias para frear a mudança climática global. Eles também iniciaram os preparativos para a próxima Conferência do Clima, em dezembro deste ano, em Montreal, no Canadá.
A Comissão Executiva da União Européia aproveitou o encontro em Bonn para apresentar o programa europeu sobre a mudança climática, que inclui o sistema de comércio de direitos de emissões de gases contaminadores – também conhecido por "comércio de carbono".
O plano apresentado está em vigor desde 1º de janeiro de 2005, para que os países-membros possam cumprir os compromissos do Protocolo de Kyoto, que os obriga a reduzir, em relação a 1990, suas emissões em 5,2% para o período entre 2008 e 2012.
A UE não apresentou propostas para um regime pós-2012 que substitua o Protocolo, ainda que tenha a intenção de manter intercâmbio de idéias com as outras partes, informaram representantes do bloco.
Alemanha quer medidas "além Kyoto"
O ministro alemão do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, afirmou que, para proteger o clima, são necessárias medidas com um prazo de validade superior ao calendário do Protocolo de Kyoto, limitado até 2012.
"Se não continuarmos o processo do clima, as medidas que começarem agora não terão futuro depois de 2012", argumentou Trittin durante a inauguração da conferência.
O ministro e a secretária executiva da Convenção Marco da ONU para a Mudança Climática, Joke Waller-Hunter, chamaram a atenção para a necessidade de a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, chegar a um acordo sobre medidas comuns em relação à proteção do clima.
O Protocolo de Kyoto só constitui o primeiro passo de um processo mais ambicioso, de acordo com Trittin. A idéia, para ele, é fazer de tudo para evitar que a temperatura global aumente dois graus centígrados em relação à era pré-industrial.
Mundo em risco
"Atualmente já se registra um aumento de 0,7 graus, e a partir de um aquecimento de dois graus a probabilidade de danos imensos e irreparáveis irá aumentar", advertiu o ministro.
"Se não frearmos o aquecimento, nos arriscamos a ter um mundo sem a floresta da Amazônia, sem a capa de gelo da Groelândia e sem a Corrente do Golfo", emendou.
Ele acredita que, para evitar uma catástrofe de tal porte, é preciso reduzir pela metade, antes de meados do século, os gases de efeito estufa, e que isso deve ser feito também pelos países emergentes e em desenvolvimento.