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Pesquisa confirma ascensão social-democrata na Alemanha

29 de agosto de 2021

Partido SPD, do candidato Olaf Scholz, deixa conservadores para trás nas sondagens e pode liderar futuro governo alemão. Busca por parceiros, porém, será difícil.

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Scholz, Baerbock, Laschet: os três candidatos a chanceler da Alemanha
Scholz, Baerbock, Laschet: os três candidatos a chanceler da Alemanha

Uma pesquisa divulgada neste domingo (29/08), data do primeiro debate na TV entre os candidatos à sucessão de Angela Merkel na Alemanha, confirmou a ascensão do Partido Social-Democrata.

A um mês da eleição, a sondagem do instituto Insa encomendada pela edição dominical do tabloide Bild coloca o SPD com 24% das intenções de voto, três pontos à frente dos conservadores da CDU, legenda de Merkel.

Esta semana marcou a primeira vez em 15 anos que pesquisas mostraram os social-democratas à frente dos conservadores, que, com Merkel, venceram as quatro últimas eleições na Alemanha. Em meados de junho, o SPD tinha apenas 18% das intenções de voto, dez pontos atrás da CDU.

Isso, em teoria, coloca o SPD, que na eleição de 2017 obteve o pior resultado de sua história, na posição de capitanear uma negociação para a formação de uma coalizão do governo. Só que, com o voto pulverizado, ele terá que buscar alianças com outras duas legendas para obter maioria parlamentar absoluta.

A pesquisa deste domingo mostra o ambientalista Partido Verde em terceiro, com 17%, seguido pelos liberais do FDP (13%). O Partido A Esquerda teria 6%, e a ultradireitista AfD, 11%. Com este último, tanto SPD quanto CDU já disseram que não negociam.

No sistema alemão, o presidente indica um candidato ao cargo de chanceler federal ao Parlamento. Normalmente, ele aponta o líder do partido que conduziu negociações bem-sucedidas para a formação de uma coalizão de governo. Esse  candidato é eleito chanceler se obtiver a maioria absoluta (mais da metade dos votos) entre os deputados.

Negociações de coalizão difíceis

Parte do desabe conservador é atribuído ao mau desempenho de Armin Laschet, candidato a chanceler. Governador da Renânia do Norte-Vestfália, ele cometeu uma série de gafes em campanha, algumas relacionadas às maiores enchentes da história da Alemanha, ocorridas em seu estado.

Em uma delas, ele foi flagrado pelas câmeras gargalhando ao fundo, enquanto o presidente Frank-Walter Steinmeier discursava em uma comunidade destruída. Em outra, numa entrevista à TV ele minimizou a necessidade de uma política climática mais firme, apesar de especialistas ligarem o aquecimento global à tragédia das chuvas na Alemanha.

Segundo pesquisas, as mudanças climáticas são hoje, ao lado do extremismo de direita, o tema que mais preocupa os alemães. E são uma das razões pelas quais o Partido Verde, de forte retórica ambientalista, deverá obter seu maior resultado da história em nível nacional nestas eleições.

A atual coalizão de governo é formada pela aliança CDU/CSU, de Merkel, e pelo SPD, como parceiro minoritário.

Com o SPD agora liderando as pesquisas, cresce a especulação sobre a quem ele poderá se aliar após o pleito de 26 de setembro. Uma aliança apenas com os verdes, segundo as pesquisas atuais, não bastaria para a formação de um governo de maioria.

Uma opção, caso alcançado as cadeiras necessárias no Parlamento, seria incluir o partido A Esquerda na coalizão. Em recente entrevista ao jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung, o candidato do SPD, Olaf Scholz, disse que não descartaria uma aliança com a legenda socialista, mas enfatizou que qualquer governo alemão deve estar comprometido com a Otan. Em seu programa eleitoral, A Esquerda defende que a Alemanha saia da Aliança Atlântica e que seja formado "um sistema de segurança coletivo que inclua a Rússia." 

Outra opção seria buscar o apoio do FDP, uma legenda liberal pró-mercado. Mas observadores dizem que os social-democratas e verdes teriam que fazer muitas concessões em seu programa de governo para acomodar os liberais. O líder do FDP, Christian Lindner, já sugeriu também ter interesse numa coalizão com conservadores e verdes. 

rpr (dpa, ots)