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Quatro minutos de pânico

27 de maio de 2011

Segundo relatório de órgão de investigação francês, capitão do voo estava descansando quando soou alarme de perda de aerodinâmica. Queda da aeronave durou três minutos e meio.

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Relatório final sobre a queda deve sair em julhoFoto: AP

Os pilotos do voo 447 da Air France lutaram por pouco mais de quatro minutos com os controles da aeronave antes de ela mergulhar no Oceano Atlântico com o bico para cima, matando as 228 pessoas a bordo, informou nesta sexta-feira (27/05) o BEA, órgão francês que investiga o acidente.

De acordo com o órgão, no momento em que o alerta de perda de aerodinâmica começou a soar – duas horas e meia após o avião ter deixado o aeroporto do Rio de Janeiro com destino a Paris – o comandante havia acabado de deixar a cabine para repousar. Este procedimento é normal, já que outros dois pilotos permaneceram na cabine.

Os problemas começaram quando o avião entrou em uma área de turbulência sobre o Oceano Atlântico. Quando o nível de turbulência aumentou, o copiloto desligou o piloto automático. O alarme de perda de aerodinâmica disparou por duas vezes.

Indicações inválidas

Os copilotos chegaram a chamar o comandante, que veio à cabine mas não assumiu o controle. Segundo os dados divulgados, houve desencontros nas informações dos medidores sobre a velocidade do avião. "Não temos nenhuma indicação que seja válida", disse o copiloto dois minutos e meio antes de cessarem os sinais.

A informação foi retirada das caixas-pretas do avião, encontradas a menos de um mês no fundo do mar, após dois anos de intensivas buscas. Ainda segundo a nota, o Airbus 330, que voava a 38 mil pés, caiu durante três minutos e meio, rolando da esquerda para a direita.

Os peritos franceses ressaltaram que estas são apenas as primeiras constatações sobre as circunstâncias da catástrofe e que é muito cedo para definir a razão da queda. O relatório final sobre as causas do acidente deve ser apresentado até o fim de julho.

A princípio, o BEA não pretendia divulgar qualquer informação a respeito das análises das caixas-pretas, mas a ampla especulação na mídia sobre as causas do acidente acabaram pressionando a mudança de planos.

MS (rts/afp/lusa)
Revisão: Roselaine Wandscheer