Pior da pandemia de aids passou, diz estudo
1 de dezembro de 2014A pandemia de aids no mundo atingiu o seu auge e começa a dar sinais de que chegará ao fim. Em 2013, pela primeira vez nos últimos 30 anos o número de novas infecções pelo vírus do HIV foi menor do que o número de pessoas que iniciaram o tratamento com antirretrovirais, indicou um relatório anual da ONG ONE, divulgado nesta segunda-feira (01/12), dia mundial de combate à aids.
O relatório afirma que, graças a avanços obtidos em 2013, foi possível alcançar o início do fim da aids ainda neste ano, diferente de estimativas anteriores, que previam essa mudança no curso da doença apenas a partir de 2015. O documento, no entanto, reforça que esses avanços são frágeis, e os resultados são diferentes nos diversos países do mundo.
"Nós passamos o ponto decisivo na luta contra a aids a nível global, mas não em todos os países, e os ganhos obtidos podem facilmente ser interrompidos ou revertidos. Apesar da boa notícia, nós não devemos ainda comemorar a vitória", afirmou a diretora de políticas de saúde global da ONE, Erin Hohlfelder.
Em 2013, foram registradas 2,1 milhões de novas infecções pelo vírus do HIV, uma queda de 38% em relação a 2001, segundo mostra o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).
O relatório da ONE mostrou que 2,3 milhões de pessoas iniciaram o tratamento com antirretrovirais no ano passado. Um aumento considerável em relação a 2012, quando o tratamento alcançou apenas 1,6 milhão de novos casos.
Fim da epidemia até 2030
Em meados de novembro, a Unaids lançou metas para os próximos cinco anos, com o objetivo de acabar com a epidemia de aids até 2030. A abordagem da agência prevê a ampliação do acesso a medicamentos antirretrovirais e também ao diagnóstico da doença, além da redução em 75% no número de novas infecções.
A meta estipulada até 2020 é de que 90% das pessoas que vivem com o HIV saibam da infecção e estejam em tratamento. O número de novas infecções também deve ser reduzido a 500 mil. Em 2030, tratamento e diagnóstico devem chegar a 95%, e novos casos reduzidos a 200 mil.
Estima-se que 35 milhões de pessoas vivam atualmente com o vírus do HIV. No ano passado, 1,5 milhão de pessoas morreram em decorrência de doenças relacionadas à aids. Em junho, 13,6 milhões de pessoas tiveram acesso à medicação antirretroviral, uma melhora extraordinária em comparação com as 5 milhões de pessoas que tinham acesso a tratamento em 2010.
A região mais atingida pela doença é África subsaariana, onde estão concentradas 24,7 milhões das pessoas infectadas e onde ocorrem 70% dos novos casos de infecção, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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