Piores efeitos do Harvey estão por vir, alertam autoridades
29 de agosto de 2017O furacão Harvey ganhou leve força nesta segunda-feira (29/08) ao retornar para a área mais quente do Golfo do México, de acordo com o Centro Nacional de Furações dos EUA. Os meteorologistas esperam que o furacão permaneça sobre a água com ventos de aproximadamente 72 quilômetros por hora durante 36 horas e, depois, retorne ao continente a leste de Houston em alguém momento desta quarta-feira. Em seguida, o fenômeno seguirá para o norte e perderá força.
Entretanto, antes que o furacão deixe o litoral do estado do Texas, mais de 50 centímetros de chuva podem cair na região, alertou o diretor do Serviço Nacional de Meteorologia, Louis Uccellini. Isso significa que as inundações vão piorar nos próximos dias e que as águas devem demorar a baixar mesmo depois que o Harvey finalmente deixe a região.
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O furacão Harvey tem causado inundações sem precedentes, afetando sobretudo a área metropolitana de Houston, onde residem 2,3 milhões de pessoas e a água já atingiu mais de um metro de altura.
Em algum momento nesta terça-feira (29/08) ou início de quarta-feira, partes da área de Houston provavelmente quebrarão o recorde de quase 40 anos de precipitações causadas por um fenômeno tropical nos EUA. A marca atual é de 48 polegadas (1,2 m), causada pela tempestade tropical Amelia, em 1978, também no Texas.
Harvey é o furacão mais intenso a atingir os Estados Unidos em 13 anos e o mais forte a atingir o Texas desde o furacão Carla, em 1961 – o mais poderoso já registrado no estado texano. Ao tocar a terra no último fim de semana, o Harvey perdeu força e se transformou em tempestade tropical.
No estado vizinho de Louisiana, as imagens de devastação em Houston trouxeram à tona memórias dolorosas para muitos sobreviventes do furacão Katrina, de 2005.
"Realmente provocou muitas emoções e sentimentos pelo que as pessoas estão tendo que passar agora em Houston", disse o morador Ray Gratia, enquanto pegava alguns sacos de areia para proteger sua casa em Nova Orleans, que inundou durante o Katrina.
Em Washington, o governo do presidente Donald Trump assegurou ao Congresso que o saldo de 3 bilhões de dólares no fundo para desastres da Agência Federal para a Gestão de Emergências (Fema) é suficiente para lidar com as necessidades imediatas, como remoção de detritos e abrigo temporário para residentes deslocados.
Ainda na segunda-feira, a Casa Branca comunicou que o presidente e a primeira-dama, Melania Trump, visitarão as cidades texanas de Corpus Christi e Austin nesta terça-feira. Eles receberão resumos de líderes e organizações locais sobre os esforços de ajuda e resgate.
Milhares de resgates e chamados
O prefeito de Houston, Sylvester Turner, afirmou que o total de pessoas resgatadas já passa de 3 mil. Em entrevista coletiva, Turner indicou estarem pendentes pelo menos 150 pedidos de resgate urgentes. Mais de oito mil pessoas foram alocadas a abrigos temporários.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos disse receber mais de mil telefonemas por hora. Autoridades americanas informaram que em Houston mais de 100 mil residentes continuam sem energia elétrica, dada a dificuldade de acesso às zonas mais afetadas por causa das inundações.
O governador do Texas, Greg Abbott, estendeu a declaração de estado de desastre a 54 de condados, adicionando mais quatro (Angelina, Trinity, Sabine e Orange), medida que facilita ao estado texano a gestão dos recursos essenciais para busca, salvamento e assistência.
O Harvey tocou terra na noite de sexta-feira na localidade costeira de Rockport, situada a cerca de 360 quilômetros a sudoeste de Houston, como um furacão de categoria 4 na escala de intensidade de Saffir-Simpson, que tem um máximo de 5.
Apenas três mortes foram confirmas, mas há relatos não confirmados de apessoas desaparecidas e de prováveis mortes ligadas ao furacão Harvey – como, por exemplo, uma van com seis pessoas que literalmente naufragou ao tentar escapar das inundações, segundo um parente. Citando autoridades locais, o jornal The New York Times fala em dez mortos.
"Sabemos que neste tipo de acontecimento, infelizmente, o número de mortos costuma subir", disse o chefe da polícia de Houston, Art Acevedo. "Estou realmente preocupado com quanto corpos iremos encontrar."
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