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Expo 2010

27 de abril de 2010

Com o slogan "Cidade melhor, vida melhor", começa neste fim de semana em Xangai maior exposição universal de todos os tempos. Um dos principais pavilhões é o "Planeta Urbano", projetado pela empresa alemã Triad Berlin.

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Expo Xangai será a maior de todos os temposFoto: AP

Com inauguração prevista para o dia 1° de maio e um total de 240 expositores, a Expo Xangai 2010 espera receber 70 milhões de visitantes. Trata-se da maior exposição universal de todos os tempos.

Encarregada pelo comitê de organização chinês, a empresa alemã Triad Berlim é responsável por um dos pavilhões temáticos centrais da exposição. Triad Berlim venceu um concurso internacional no qual participaram mais de 150 candidatos.

Em 12 mil metros quadrados, o pavilhão "Planeta Urbano" trata do complexo processo de urbanização do nosso planeta e seus desafios globais.

A cenografia combina tradições orais do Ocidente com motivos do Feng Shui chinês. Estruturada em duas partes, a exposição enfoca o caráter ambivalente das cidades: por um lado, elas destroem o meio ambiente, pelo outro, são locais de produção de riqueza, bem-estar social e inovações tecnológicas.

Flash-Galerie Expo Shanghai 2010 Ende April
Pavilhão 'Planeta Urbano' será um dos maiores destaquesFoto: cc-by-sa-triad Berlin

Problemas e soluções

Seguindo o motivo dos dois ciclos de vida chineses, o pavilhão "Planeta Urbano" é formado por rampas em hélice dupla, que se elevam a 14 metros de altura. Na parte ascendente da exposição, a "Estrada da Crise" visualiza em cinco capítulos o potencial de destruição da urbanização, a ameaça ao nosso ecossistema e a exploração abusiva dos recursos naturais do nosso planeta. Aqui os visitantes são confrontados repetidamente com a questão: eu quero continuar vivendo da mesma maneira no futuro?

No ponto mais elevado da "Estrada da Crise", uma vista espetacular se abre em direção ao "Planeta Azul". Em um espaço comum de encenação, a Terra conta metaforicamente sua própria história. "Como nenhum outro pavilhão, o ‘Planeta Urbano' mostra a necessidade de uma mudança de atitude da sociedade como um todo. Ao mesmo tempo, ele lança um olhar sobre a urgência de se encontrar soluções concretas e inovadoras para as megacidades, e pede a participação de cada indivíduo", disse Lutz Engelke, fundador e diretor executivo da Triad Berlin.

Na segunda parte da exposição, "O caminho das Soluções" mostra soluções inovadoras para desafios globais. Mais de 100 exemplos de melhores práticas em contexto nacional e internacional, dicas individuais para ação ambiental responsável no dia-a-dia, desenvolvimento tecnológico, iniciativas políticas e atividades da sociedade civil mostram uma vasta gama de possibilidades para uma transformação ambiental da civilização.

Flash-Galerie Expo Shanghai 2010
Exposição chama atenção para problemas urbanos globais e sugere soluçõesFoto: AP

Especulação imobiliária

Enquanto a Expo 2010 fala de urbanização sustentável, há quem tema que a exposição venha a impulsionar a especulação imobiliária. Quase todos os pavilhões da exposição universal deverão ser desmontados futuramente, e o espaço ficará aberto para o planejamento urbano. O que se pretende fazer, no entanto, continua uma incógnita.

Comenta-se que a reutilização da área da Expo Xangai 2010 – localizada perto do centro urbano de Xangai, perfeitamente conectada às novíssimas linhas de metrô e rodovias, com parques recém-criados para passear ao longo do rio Huangpu – poderá se transformar em uma máquina de fazer dinheiro:

Enquanto os preços de propriedades imobiliárias caíram no ano passado nas metrópoles do mundo, em Xangai aconteceu o contrário: os preços subiram 52% – mais do que em qualquer outro lugar. O governo central da China também está preocupado com a subida de preços no mercado imobiliário. Há poucos dias, após tomar conhecimento do aumento de quase 12% em março, o Congresso Nacional do Povo reagiu, impondo novas regras ao mercado.

"A urbanização na China tem um ritmo extraordinário. Pode-se ganhar muito dinheiro com isso. Nós não podemos comparar a China com Hong Kong ou com Tóquio. As bolhas imobiliárias dessas cidades aconteceram quando elas já tinham alcançado um alto nível de desenvolvimento. Foi perigoso porque tais cidades não precisavam mais de tantas habitações. Aqui é diferente. A China é um caso singular no mundo: uma população tão grande e um desenvolvimento tão rápido. Além disso, a importância de um imóvel residencial para os jovens chineses é algo único. Se você quiser encontrar uma mulher em Xangai, precisa mostrar uma casa a ela", disse um jovem de Xangai que trabalha como agente imobiliário.

Em Xangai as pessoas dizem que são escravas do mercado imobiliário. Quem quiser ter um apartamento de dois quartos na cidade precisa investir o equivalente a 30 vezes o total que ganhou em um ano. A média internacional é de seis salários anuais. A mídia chinesa já se refere ao mercado imobiliário como uma bomba-relógio.

Autora: Francis França / Astrid Freyeisen
Revisão: Carlos Albuquerque