Polícia acha veneno em pizzaria onde comeu ex-espião russo
11 de março de 2018A polícia do Reino Unido detectou traços do agente nervoso que envenenou o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha, Yulia, num restaurante e num pub de Salisbury, no sul da Inglaterra, onde ele esteve no último domingo, antes de ser encontrado inconsciente, segundo informações divulgadas neste domingo (11/03) por autoridades britânicas.
Os serviços sanitários britânicos dizem que o risco para o público permanece baixo, mas pediram às mais de 500 pessoas que estiveram no domingo passado no pub e no restaurante que lavem os seus pertences por precaução, por poderem ter estado em contato com o gás químico que envenenou o ex-espião.
A substância foi detectada pelos peritos no pub The Mill e na pizzaria Zizzi, focos da investigação para determinar quem está por trás do envenenamento de Skripal, de 66 anos, e da filha, de 33. Ele seguem hospitalizados em estado crítico. Ambos foram encontrados inconscientes no domingo passado num banco próximo a um parquinho. A polícia britânica afirma que um total de 21 pessoas receberam tratamento médico após o incidente.
Segundo a rede britânica BBC, não há indícios de intoxicação nos demais clientes que comeram na pizzaria no dia do envenenamento. O local está fechado, assim como a casa de Skripal, o pub The Mill e o cemitério de Salisbury, onde estão enterrados a esposa e o filho do russo.
O Exército do Reino Unido também está colaborando com a investigação policial, que conta com mais de 250 agentes de unidades antiterroristas de diversas regiões do país. "Quero destacar que eles estão trabalhando com rapidez e profissionalismo", garantiu no sábado a ministra do Interior, Amber Rudd, depois de se reunir com o comitê de emergência de alto nível Cobra. "Estamos destinando enormes recursos para garantir que eles tenham todo o apoio que necessitem."
A Rússia negou qualquer relação com o envenenamento. O ministro do Exterior do Reino Unido, Boris Johnson, disse que o país responderá se for confirmado o envolvimento do Kremlin no caso.
O detetive Nick Bailey, que ficou gravemente doente e foi hospitalizado depois de socorrer Skripal e sua filha, divulgou no sábado um comunicado do hospital, afirmando não se considerar um herói e que somente estava fazendo seu trabalho.
MD/dpa/efe
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