Polícia deflagra operação antiterrorismo no oeste alemão
1 de fevereiro de 2017Um tunisiano suspeito de recrutar jihadistas para o grupo "Estado Islâmico" (EI) foi preso numa operação antiterrorismo deflagrada nesta quarta-feira (01/02) no oeste da Alemanha. O homem de 36 anos também estaria planejando um ataque terrorista no país.
As buscas conduzidas pela Promotoria de Frankfurt e pelo Escritório de Investigação Criminal (LKA) de Hessen estão focadas em 16 indivíduos com idades entre 16 e 46 anos que fariam parte de uma célula terrorista.
O tunisiano detido em Frankfurt era o principal alvo da operação. Ele é acusado de envolvimento no planejamento e execução um ataque terrorista reivindicado pelo EI contra o Museu Nacional do Bardo, em Túnis, que deixou cerca de 20 mortos em março de 2015. O suspeito, que esteve na Alemanha entre 2003 e 2013, também teria participado de um atentado na cidade de Ben Guerdan, na Tunísia, que deixou mais de 50 vítimas em março passado.
Os investigadores acreditam que ele fazia recrutamento para o EI desde agosto de 2015, quando entrou novamente na Alemanha como requerente de asilo. Ele teria criado uma rede de apoiadores com o objetivo de realizar um atentado na Alemanha. Segundo promotores, o plano estava em estágio inicial e um alvo ainda não tinha sido escolhido.
"Não se tratou de prevenir um ataque iminente, pelo contrário, as forças de segurança em Hessen intervieram para proteger os cidadãos de ameaças", afirmou o secretário do Interior do estado de Hessen, Peter Beuth.
Beuth acrescentou que a operação conseguiu desarticular uma ampla rede salafista. O salafismo é uma corrente ultraconservadora do islamismo sunita. "Com essas medidas, enviamos uma mensagem clara aos radicais islâmicos em Hessen", afirmou o secretário.
Buscas
Mais de mil agentes fizeram buscas em 54 apartamentos, estabelecimentos comerciais e mesquitas de Frankfurt e outras localidade do estado de Hessen, como Darmstadt, Limburg e Wiesbaden.
O porta-voz do Escritório de Investigação Criminal (LKA) do estado de Hessen, Max Weiss, disse que as investigações começaram há quatro meses e que mais de 150 investigadores estão trabalhando no caso em tempo integral.
Na terça-feira, a polícia alemã prendeu em Berlim três suspeitos de ligação com jihadistas do EI que planejavam viajar ao Oriente Médio para serem treinados.
Em dezembro do ano passado, o tunisiano Anis Amri foi morto pela polícia italiana depois de matar 12 pessoas num ataque com um caminhão contra frequentadores de uma feira natalina na capital alemã.
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