Polícia civil também para no Espírito Santo
8 de fevereiro de 2017Em meio ao caos na segurança pública do estado, policiais civis do Espírito Santo iniciaram nesta quarta-feira (08/02) uma paralisação de doze horas em protesto pela morte de um investigador na cidade de Colatina. Organizações da classe não descartam uma greve por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
A paralisação em protesto pela morte de um agente em serviço – ele tentou evitar um assalto – começou ao meio-dia e a previsão é que os policiais retomem suas atividades à meia-noite desta quinta-feira.
O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo anunciou ainda que fará uma assembleia nesta quinta-feira para decidir sobre uma possível greve. A categoria apoia o movimento dos policiais militares do estado, no qual familiares estão impedido a saída de viaturas dos batalhões.
A paralisação dos policiais militares chegou ao quinto dia e ao menos 90 homicídios foram registrados neste período. O governador em exercício do estado, César Colnago, afirmou nesta quarta-feira que pediu ao governo federal o envio de mais agentes da Força Nacional e de mais militares, além dos 1,2 mil que já estão patrulhando a região metropolitana de Vitória.
Colnago destacou que o estado não tem condições de conceder reajuste salariais por estar no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Para diminuir o caos, o governo publicou ainda um decreto no qual transfere o controle da segurança pública às Forças Armadas até o próximo dia 16.
Já o governador Paulo Hartung, licenciado por causa de uma cirurgia para a retirada de um tumor na bexiga, classificou o movimento de chantagem. "Isso é a mesma coisa que sequestrar a liberdade e o direito do cidadão capixaba e cobrar resgate. Não pode pagar resgate nem pelo aspecto ético nem pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal", disse.
O movimento começou na sexta-feira passada, quando familiares de policiais militares bloquearam a entrada da 6ª companhia, no município da Serra, na Grande Vitória, em protesto por reajuste salarial e pagamento de adicionais. A manifestação foi repetida em outros batalhões e, segundo a Associação de Cabos e Soldados da PM e Bombeiro Militar do Espírito Santo, atinge todos os quartéis do estado. Os agentes recebem um salário base de 2,6 mil reais e estão há três anos sem aumento.
Desde então, o Espírito Santo vive uma onda de violência, com diversos saques, assaltos e atos de vandalismo registrados em várias regiões do estado. Aulas, atendimentos em postos de saúde e a circulação de ônibus estão suspensos na capital capixaba.
CN/abr/ap/ots