Polícia teria identificado suspeitos no caso Skripal
19 de julho de 2018A polícia britânica teria identificado os responsáveis pelo envenenamento do ex-agente secreto Serguei Skripal, de 67 anos, e sua filha Yulia, de 33, que ocorreu em março deste ano na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra, informou a agência de notícias Press Association nesta quinta-feira (19/07).
Segundo a agência, os policiais consideram que vários russos estão envolvidos na tentativa de assassinato de Skripal e sua filha, com base em imagens de câmeras de vídeo e registros de pessoas que entraram no Reino Unido por volta da data do envenenamento.
Skripal, de 67 anos, é um ex-coronel da espionagem militar russa que foi condenado em 2006 a 13 anos de prisão por alta traição. Ele é acusado de ter agido, a partir dos anos 1990, como um agente duplo, colaborando com o serviço de espionagem britânico. Skripal e sua filha foram expostos ao agente nervoso Novichok e ficaram hospitalizados por várias semanas.
A Press Association afirmou ainda que investigadores acreditam que haja uma conexão entre o caso Skripal e um segundo caso de envenenamento por Novichok, que ocorreu no final de junho. Charlie Rowley, 45 anos, e Dawn Sturgess, 44, foram encontrados inconscientes em casa na cidade de Amesbury, a 10 km de Salisbury, no dia 30 de junho. Sturgess não resistiu aos efeitos do veneno e morreu uma semana depois. Rowley continua internado em estado grave.
O agente nervoso Novichok foi desenvolvido na antiga União Soviética, mas houve experimentos com a substância em outros países. A polícia afirmou que Sturgess foi exposta a uma quantidade de Novichok no mínimo dez vezes maior do que Skripal. Além disso, as autoridades trabalham com a hipótese de que o mesmo lote do agente nervoso foi utilizado nos dois casos de envenenamento.
A rede britânica BBC tentou contato com a Polícia Metropolitana, que lidera a investigação, mas ela se recusou a comentar as informações publicadas pela Press Association.
O governo do Reino Unido culpa a Rússia pelo caso Skripal, mas as autoridades russas negam qualquer envolvimento. O envenenamento do ex-espião provocou uma intensa crise diplomática, que resultou na expulsão de 150 diplomatas russos de vários países ocidentais, incluindo Estados Unidos e dois terços dos Estados-membros da União Europeia.
O governo da Rússia, por sua vez, respondeu na mesma moeda. Ao todo, as ordens de expulsão atingiram mais de 300 funcionários diplomáticos em vários países.
HP/dpa/ots
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