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Político opositor morre durante detenção na Venezuela

9 de outubro de 2018

Caracas diz que Fernando Albán se suicidou. Partido de vereador contesta versão e afirma que político foi assassinado. Opositor estava detido no serviço secreto acusado de participar de suposto atentado contra Maduro.

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Familiares e amigos de Albán lamentam sua morte em frente à sede do serviço secreto em Caracas
Familiares e amigos de Albán lamentam sua morte em frente à sede do serviço secreto em CaracasFoto: picture-alliance/AP Images/F. Llano

O vereador da oposição Fernando Albán morreu nesta segunda-feira (08/10) na sede do serviço secreto da Venezuela, em Caracas, após ser detido acusado de ter participado de um suposto atentando contra o presidente Nicolás Maduro.

Segundo o governo venezuelano, Albán teria se jogado do décimo andar do prédio no momento em que ele seria transferido para um tribunal. O ministro do Interior, Néstor Reverol, afirmou que a polícia judicial vai investigar o caso.

O partido do vereador, Primeiro Justiça (PJ), contestou a versão oficial e afirmou que Albán foi assassinado pelo governo. "Culpamos Maduro e seu regime torturador pelo que aconteceu. Exigimos a verdade e declaramos que essa situação dolorosa demonstra o pior da ditadura: um sistema de morte que penetra na consciência daqueles que defendem a liberdade", disse a legenda em comunicado.

Em sua conta no Twitter, o partido denunciou ainda a suposta tentativa do governo venezuelano para cremar o vereador e, assim, esconder as evidências de seu assassinato.

Albán era vereador no município de Libertador, sede de todos os poderes públicos e território considerado bastião do regime. Ele foi detido na sexta-feira acusado de ter participado de um suposto atentado contra Maduro.

Em 4 de agosto, duas explosões, que as autoridades de Caracas dizem ter sido provocadas por dois drones, obrigaram Maduro a abandonar rapidamente uma cerimônia de celebração do 81º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana. Sete militares ficaram feridos.

A cerimônia, realizada na Avenida Bolívar de Caracas, era transmitida ao vivo pelas rádios e televisões venezuelanas e, no momento em que Maduro discursava ouviu-se uma das explosões.

Críticos do regime questionam a versão do governo e apontam que o regime já usou outros incidentes para reprimir opositores e manter seu controle do país, que passa por uma grave crise econômica e política.

Albán era ligado ao opositor Julio Borges, líder do PJ, que foi acusado pelo governo de ser o autor intelectual do suposto ataque. Borges, no momento, está exilado na Colômbia.

CN/dpa/lusa/efe

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