Populismo está em queda na Alemanha, mostra pesquisa
3 de setembro de 2020A um ano das eleições federais de 2021 na Alemanha, o populismo está em queda no país europeu, após registrar um pico em 2018. O dado consta de um levantamento feito pelo instituto de pesquisas YouGov, divulgado nesta quinta-feira (03/09) pela Fundação Bertelsmann.
Hoje, 20,9% dos eleitores alemães têm orientação política populista – uma queda de 11,9 pontos percentuais em relação ao índice de dois anos atrás, quando 32,8% defendiam esses ideais.
Por sua vez, a proporção de eleitores não populistas cresceu consideravelmente, de 31,4% em 2018, para 47,1%, ou seja, quase metade dos alemães aptos a votar.
"A tendência de um clima político cada vez mais populista na Alemanha mudou", afirmou o especialista em democracia e coautor da pesquisa Robert Vehrkamp, em comunicado.
O chamado "Barômetro do Populismo" usa como base para o levantamento oito posições tipicamente populistas sobre a função do Estado e da sociedade. Os entrevistados são questionados sobre se concordam ou não com cada uma dessas declarações. Em junho, aproximadamente 10 mil eleitores foram consultados para a pesquisa.
O estudo considera populista, por exemplo, quem acredita na existência de uma "vontade popular" unificada e homogênea, quem assume posições antipluralistas, quem considera os políticos parte de uma "elite corrupta" movida pelos próprios interesses, e defende o exercício da soberania popular direta por meio de referendos.
Segundo a pesquisa, o declínio do populismo foi impulsionado especialmente entre os que se consideram politicamente de centro. Em 2018, o ideário populista havia registrado maior aumento justamente entre esse eleitorado.
"O centro, em particular, está provando ser capaz de aprender e ser firme para lidar com a tentação populista, e portanto está provando ser a pedra angular dessa mudança na opinião pública", explicou Vehrkamp. "A democracia liberal respondeu à mobilização populista com uma mobilização democrática, também e precisamente entre os que se consideram de centro."
O populismo na Alemanha atingiu seu pico em novembro de 2018 e tem demonstrado um visível declínio desde 2019 – ou seja, muito antes da pandemia de covid-19. "
A um ano das eleições federais de 2021 na Alemanha, o populismo está em queda no país europeu, após registrar um pico em 2018. O dado consta de um levantamento feito pelo instituto de pesquisas YouGov, divulgado nesta quinta-feira (03/09) pela Fundação Bertelsmann.
Hoje, 20,9% dos eleitores alemães têm orientação política populista – uma queda de 11,9 pontos percentuais em relação ao índice de dois anos atrás, quando 32,8% defendiam esses ideais.
Por sua vez, a proporção de eleitores não populistas cresceu consideravelmente, de 31,4% em 2018, para 47,1%, ou seja, quase metade dos alemães aptos a votar.
"A tendência de um clima político cada vez mais populista na Alemanha mudou", afirmou o especialista em democracia e coautor da pesquisa Robert Vehrkamp, em comunicado.
O chamado "Barômetro do Populismo" usa como base para o levantamento oito posições tipicamente populistas sobre a função do Estado e da sociedade. Os entrevistados são questionados sobre se concordam ou não com cada uma dessas declarações. Em junho, aproximadamente 10 mil eleitores foram consultados para a pesquisa.
O estudo considera populista, por exemplo, quem acredita na existência de uma "vontade popular" unificada e homogênea, quem assume posições antipluralistas, quem considera os políticos parte de uma "elite corrupta" movida pelos próprios interesses, e defende o exercício da soberania popular direta por meio de referendos.
Segundo a pesquisa, o declínio do populismo foi impulsionado especialmente entre os que se consideram politicamente de centro. Em 2018, o ideário populista havia registrado maior aumento justamente entre esse eleitorado.
"O centro, em particular, está provando ser capaz de aprender e ser firme para lidar com a tentação populista, e portanto está provando ser a pedra angular dessa mudança na opinião pública", explicou Vehrkamp. "A democracia liberal respondeu à mobilização populista com uma mobilização democrática, também e precisamente entre os que se consideram de centro."
O populismo na Alemanha atingiu seu pico em novembro de 2018 e tem demonstrado um visível declínio desde 2019 – ou seja, bem antes da pandemia de covid-19. "A crescente confiança no trabalho do governo durante a crise do coronavírus estabilizou e reforçou levemente essa mudança de tendência, mas não a desencadeou", disse o coautor.
A onda populista dos últimos anos na política alemã coincide com a ascensão de partidos anti-establishment, como o populista de direita e anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD).
Campos políticos tradicionais – incluindo siglas como a União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal Angela Merkel, sua irmã bávara União Social Cristã (CSU), e o Partido Liberal Democrático (FDP) – estavam perdendo eleitores para a AfD.
Em resposta a isso, passaram a adaptar parcialmente sua agenda para satisfazer o sentimento populista em ascensão – uma tendência que, segundo a nova pesquisa, foi interrompida.
"A tentação da CDU/CSU e do FDP de seguir o populismo da AfD, imitá-lo ou pelo menos se adaptar retoricamente a ele está perdendo seu apelo eleitoral", afirmou Wolfgang Merkel, do Centro de Ciências Sociais de Berlim (WZB), que também participou do estudo.
Assim, a pesquisa conclui que o cenário partidário na Alemanha está se mostrando "significativamente mais resistente ao populismo" no ano anterior às eleições federais de 2021 do que era antes e depois das eleições de 2017.
Por outro lado, o afastamento dos centristas do populismo significa também que a AfD está cada vez mais se transformando em um partido dominado por eleitores de extrema direita.
De acordo com o estudo, 73% dos eleitores da legenda se declaram claramente ou pelo menos parcialmente populistas. Ao mesmo tempo, 56% defendem posturas ultradireitistas. Ao todo, apenas 13% dos apoiadores da AfD não defendem ideias populistas ou de extrema direita.
EK/afp/efe/ots