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Poroshenko fala em "ameaça colossal" no leste da Ucrânia

4 de junho de 2015

Presidente condena combates em Donetsk e fala em "perigo permanente" de Moscou lançar guerra contra Kiev. UE afirma que embates entre forças do governo e separatistas ameaçam lançar nova espiral de violência.

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Foto: Reuters/P. Ogirenko

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, alertou nesta quarta-feira (04/06) sobre uma possível ofensiva de larga escala por parte dos separatistas pró-Rússia no leste do país, após nova onda de violência. Num discurso diante do Parlamento, Poroshenko falou sobre o "perigo permanente" de a Rússia lançar uma guerra contra a Ucrânia.

"Ainda há uma ameaça colossal do recomeço de hostilidades de larga escala pelos russos e pelas forças terroristas", disse, referindo-se aos separatistas. Segundo a agência de notícias Reuters, Poroshenko pediu aos militares do país que se preparem para uma "invasão" russa.

O presidente ucraniano afirmou que mais de 9 mil soldados russos encontram-se na área controlada pelos rebeldes no leste do país para apoiá-los e que Moscou continua a fornecer armas às forças separatistas.

Nesta quarta-feira, combates entre rebeldes e tropas do governo foram travados nos arredores de Donetsk, bastião separatista. Trata-se de uma das mais graves ondas de violência desde que um acordo de cessar-fogo para a região foi assinado, em fevereiro.

O ministro da Defesa dos rebeldes de Donetsk, Eduard Basurin, disse que 14 rebeldes e cinco civis foram mortos nesta quarta-feira, sem especificar onde. Já um porta-voz do Exército ucraniano afirmou que cerca de 80 rebeldes e dois civis morreram durante as batalhas.

Nesta quinta-feira, os separatistas bombardearam a cidade de Avdiivka, ao norte de Donetsk, segundo uma postagem no Facebook feita pelo chefe de polícia da parte de Donetsk controlada pelo governo.

Cessar-fogo violado

O porta-voz da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Michael Bociurkiv, pediu contenção a ambas as partes. Ele relatou que, nos últimos dias, observadores descobriram que algumas das amas pesadas que haviam sido retiradas por ambos os lados, como previsto no acordo de cessar-fogo, não estavam mais nas áreas onde vinham sendo armazenadas.

Nesta quinta-feira, em meio aos combates no leste, o Parlamento ucraniano aprovou uma lei que permite que forças militares estrangeiras entrem no país, mais especificamente forças de paz da ONU e da União Europeia (UE).

A UE condenou as novas batalhas no leste ucraniano como "a mais séria violação do cessar-fogo", que "ameaça lançar uma nova espiral de violência e de sofrimento humano". Segundo a ONU, mais de 6,4 mil pessoas morreram no conflito no leste ucraniano desde o início da insurgência separatista, em abril de 2014.

LPF/ap/afp/dpa/rtr