Poroshenko e Merkel defendem Acordo de Minsk
16 de março de 2015
Em visita a Berlim nesta segunda-feira (16/03), o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, defendeu o Acordo de Minsk, que prevê um cessar-fogo entre separatistas pró-Rússia e forças do governo no leste do país.
"Não há alternativas a Minsk", declarou, após encontro com a chanceler federal alemã, Angela Merkel. Poroshenko acusou os separatistas de violarem o cessar-fogo, não permitindo o acesso dos observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e não retirando armamentos pesados das zonas de conflito.
O presidente ucraniano também afirmou que comboios de ajuda da Rússia entraram sem serem controlados no território dominado pelos separatistas. Além disso, prisioneiros não foram libertados conforme havia sido acordado, disse.
Em meio à crise no leste do país, Poroshenko comprometeu-se a implementar as reformas anunciadas por seu governo, como a do Judiciário, e combater a corrupção. "Faremos grandes esforços para levar adiante as reformas. A guerra não poderá ser uma justificativa para diminuirmos nossos esforços."
Merkel, por sua vez, exigiu que organizações internacionais de ajuda humanitária tenham acesso às regiões de conflito no leste da Ucrânia. Além do cumprimento do cessar-fogo e da retirada dos armamentos pesados, é essencial que seja finalmente garantida a chegada de ajuda humanitária, defendeu a chanceler.
"Infelizmente, a Cruz Vermelha Internacional ainda não conseguiu acesso suficiente às regiões de Donetsk e Lugansk. Isso tem que melhorar", declarou. Ela também defendeu que a retirada dos armamentos e as trocas de prisioneiros sejam realizadas conforme previsto no Acordo de Minsk.
Nesta segunda-feira, o Ministério da Defesa alemão afirmou que mais 20 soldados ucranianos gravemente feridos nos combates com os separatistas serão transportados para a Alemanha nos próximos dias, para tratamento médico. Quatro médicos das Forças Armadas alemãs foram enviados no domingo à Ucrânia para preparar o transporte dos soldados.
Além disso, o governo alemão irá enviar equipamentos médicos e cirúrgicos ao país, a pedido de um hospital militar, incluindo ambulâncias.
RC/afp/dpa