Porto Alegre tem novo protesto contra racismo
24 de novembro de 2020Centenas de pessoas participaram nesta segunda-feira (23/11), em Porto Alegre, de um novo protesto contra a brutal morte de João Alberto Silveira Freitas, ocorrida na quinta-feira passada num supermercado Carrefour da cidade.
A manifestação ocorreu numa outra unidade da rede de supermercados, localizada na zona leste da capital gaúcha, na avenida Bento Gonçalves, no bairro Partenon.
Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, foi assassinado por dois seguranças do Carrefour, dois homens brancos, que o espancaram até a morte no estacionamento do supermercado localizado no bairro Passo D'Areia.
"Vidas negra importam, parem de nos matar", diziam faixas exibidas pelos manifestantes nesta segunda-feira. Este foi o quarto dia consecutivo de protestos contra o racismo e a violência contra a população negra em Porto Alegre.
"Carrefour é assassino", bradaram os manifestantes, que pediram "justiça para Beto", como era conhecida a vítima.
O protesto foi predominantemente pacífico e chegou a interromper o trânsito da avenida Bento Gonçalves, uma das mais movimentadas do bairro Partenon.
Depois de cerca de três horas de protesto, um grupo reduzido de manifestantes ateou fogo a madeiras no meio da avenida, e alguns jogaram fogos de artifício. Não houve feridos, e a polícia militar gaúcha dispersou a manifestação.
"Estamos aqui para reforçar a luta por justiça pela morte do Beto. Todos os dias serão de luta daqui para frente. Os responsáveis por esse brutal assassinato devem ser punidos exemplarmente", afirmou a vereadora eleita Laura Sito (PT), que integra a bancada negra da Câmara Municipal, ao jornal Correio do Povo.
"A morte de Beto não é um caso isolado. A tarefa que o povo nos designou é estar nas ruas lutando por dignidade e justiça", acrescentou.
O Carrefour qualificou a morte de brutal e comunicou que irá romper o contrato com a empresa de segurança e demitir funcionários envolvidos no caso. A empresa também anunciou a criação de um fundo de R$ 25 milhões para combater o racismo.
AS/afp/ots