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Potências com direito a veto na ONU voltam-se contra o Irã

(rw)31 de janeiro de 2006

A União Européia, os EUA, a Rússia e a China decidiram levar o Irã ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Reações positivas na Alemanha. Cai chefe da espionagem belga.

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Pressão internacional contra AhmadinedjadFoto: dpa

O consenso surpreendeu, pois os fortes interesses econômicos vinham impedindo que China e Rússia concordassem com a tomada de medidas mais enérgicas contra Teerã. Da mesma forma como europeus e norte-americanos já vinham fazendo, agora também Pequim e Moscou apelaram a Teerã para que suspenda seu programa de enriquecimento de urânio.

O envio para o Conselho de Segurança da ONU do dossiê nuclear iraniano significa o "fim da diplomacia e isso não é nada positivo", declarou Ali Larijani, o responsável iraniano para a questão nuclear, em entrevista à tevê estatal de seu país. Larijani salientou que o Irã vai recorrer a todas as vias pacíficas para estabelecer o direito à tecnologia nuclear no âmbito do Tratado de Não-Proliferação (TNP).

"Penso que poderemos chegar a bons resultados por meio de negociações, mas, se os europeus escolherem uma via não pacífica, isso não será do interesse deles", adiantou.

"O nosso conselho é que continuem negociando construtivamente com o Irã", frisou. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia) "concordaram que a reunião extraordinária da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), esta semana, deverá transferir para o Conselho de Segurança a decisão sobre as medidas contra o Irã", especifica o texto.

Na reunião de emergência do Conselho de Governadores da AIEA, nesta quinta-feira (02/02), mais de 30 países deverão decidir sobre esta resolução.

Reações na Alemanha

Segundo o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, a decisão deixa claro, para Teerã, que não haverá alternativas caso o Irã não ceda. Representantes dos social-democratas, liberais e verdes em Berlim consideraram a decisão "um passo positivo".

O Irã não aceitou a sugestão de Moscou de enriqueçer urânio em território russo, mas ultimamente vinha sinalizando que aceitaria negociar. O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, disse que nos próximos dias diplomatas russos e chineses viajarão à capital iraniana para prosseguir as negociações.

França não encerra via diplomática

A França não dá por fechada a via diplomática no impasse com o Irã sobre seu programa nuclear e considera "reversível" o processo aberto na segunda-feira para levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU.

O processo é "progressivo e reversível", disse o porta-voz francês das Relações Exteriores, Jean-Baptiste Mattéi. Ele indicou que com essa decisão se reforça "uma via diplomática" de solução que, no que concerne à França, "não está fechada".

"Esperamos que haja uma mudança de espírito nas autoridades iranianas para retomar a negociação", acrescentou.

Renúncia na Bélgica

O chefe do principal serviço secreto belga, Koen Dassen, renunciou nesta terça-feira por causa do escândalo envolvendo a exportação de material nuclear para o Irã. Ele se demitiu pouco antes da divulgação de um relatório que acusa o serviço secreto de não ter repassado ao governo informações da CIA sobre a tentativa da empresa EPSI de exportar uma prensa isostática ao Irã.

A empresa admitiu que tentou efetuar o negócio, mas que a prensa seria muito pequena para a fabricação de uma bomba nuclear. O relatório revela que o caso teria que ter sido investigado, pois a empresa tentou usar um posto dos correios na Alemanha, o que normalmente não costuma fazer. Não foi revelado se o equipamento chegou ao Irã.