Prefeita de Barcelona se opõe à independência da Catalunha
10 de outubro de 2017A prefeita de Barcelona, Ada Colau, pediu ao presidente do governo da Catalunha, Carles Puigdemont, que não faça uma declaração unilateral de independência perante o Parlamento catalão, diante do qual ele falará nesta terça-feira (10/10).
Em pronunciamento na véspera da fala de Puigdemont, Colau pediu que o líder catalão e o chefe do governo da Espanha, Mariano Rajoy, "não tomem nenhuma decisão que possa acabar com a possibilidade de um espaço de diálogo" e ajam "com a cabeça fria e com responsabilidade".
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As palavras de Colau foram proferidas na Câmara Municipal de Barcelona na véspera do comparecimento de Puigdemont ao Parlamento regional, no qual falará sobre os resultados do referendo de independência do último dia 1º de outubro.
A chance de ser feita uma declaração unilateral de independência é real. Além de pedir que Puigdemont não a faça, Colau também exigiu que Rajoy não aplique o artigo 155 da Constituição, com o qual o governo central assumiria diretamente as competências e funções da autonomia catalã.
Colau se referiu ao referendo como um "ato de soberania popular", que marca "um antes e um depois na política catalã" e "uma janela de oportunidade para o diálogo". Ela ressaltou, porém, que os resultados dessa votação "não podem ser um aval para proclamar a independência".
Além disso, a prefeita pediu para Puigdemont pensar no conjunto da Catalunha e não se precipitar, de modo a não colocar a sociedade em perigo e a fazer com que Rajoy "escute a população, que não quer mais tensão". "Não é o momento do choque de trens, é momento do diálogo, de imaginar novos caminhos", acrescentou Colau.
Puigdemont deve fazer sua declaração de independência perante o Parlamento catalão por volta das 18 horas (13 horas, no horário de Brasília), desafiando o governo central espanhol e os tribunais nacionais. Em seguida, espera-se que o Parlamento catalão vote a moção. Madri teme que os legisladores da região autônoma votem a favor da declaração de independência.
Puigdemont tem enfrentado uma crescente pressão na Catalunha e no exterior para abrir mão da declaração de independência. Rajoy já ameaçou privar a Catalunha de seu status autônomo, enquanto líderes europeus quase unanimemente se recusaram a reconhecer a Catalunha como um país independente. A única exceção é a Escócia, onde o Partido Nacional Escocês (SNP) aprovou por unanimidade uma resolução declarando o referendo catalão uma "expressão da vontade democrática do povo da Catalunha".
Uma possível separação catalã da Espanha também traria grandes consequências econômicas. Bancos e empresas já anunciaram planos para retirar suas sedes da Catalunha. A Espanha também sofreria com a separação, pois a região autônoma representa aproximadamente um quinto da economia do país e mais de um quarto das exportações.
PV/efe/lusa/rtr/afp