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Premiê da Itália renuncia e vai tentar formar novo governo

26 de janeiro de 2021

Sem apoio à sua coalizão parlamentar, primeiro-ministro Giuseppe Conte entrega renúncia e busca, junto ao presidente da República, mandato para tentar formar seu terceiro governo.

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Giuseppe Conte no Senado da Itália
Giuseppe Conte só obteve maioria no Senado por causa de abstençõesFoto: Andeas Solaro/AFP

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, apresentou sua renúncia nesta terça-feira (26/01) devido à falta de apoio à sua coalizão parlamentar.

A decisão já era esperada. Conte vai tentar conseguir do presidente da República, Sergio Mattarella, um mandato para tentar formar um novo governo, que seria o terceiro dele. O atual está em crise desde o abandono da coalizão de governo pelo partido Itália Viva, do ex-premiê Matteo Renzi.

Depois de apresentar sua intenção de renúncia num Conselho de Ministros, Conte se dirigiu ao Palácio Quirinale, em Roma, para uma reunião com Mattarella.

Após semanas de críticas ao governo de Conte, por causa da gestão da pandemia e do melhor uso para o programa de estímulo econômico de 200 bilhões de euros da União Europeia (UE), Renzi deixou a coalizão de governo e abriu uma nova crise política na Itália.

Sem o partido de Renzi, Conte se viu obrigado a solicitar um voto de confiança do Parlamento, na semana passada. Ele conseguiu uma pequena maioria de 321 votos entre 630 na Câmara dos Deputados, mas no Senado apenas obteve maioria (154 votos de 320) por causa de 16 abstenções do partido Itália Viva.

Conte optou, assim, por se antecipar a uma provável futura derrota em votação no Senado e entregou o cargo.

Evitar eleições antecipadas

A coalizão dele é formada pelo Movimento Cinco Estrelas (M5S), um partido antissistema de viés progressista, pela Partido Democrático, de centro-esquerda, e pequenas legendas progressistas.

Para chegar a uma maioria, Conte vai precisar da oposição conservadora ou de possíveis dissidentes do Itália Viva.

Mattarella iniciará nesta quarta-feira as consultas com os partidos para a formação de um novo governo. Ele não necessariamente precisa incumbir Conte da tarefa, podendo optar por outra pessoa.

Muitos políticos, principalmente dos partidos ainda no governo, afirmam que a prioridade agora é evitar eleições antecipadas em meio à pandemia de covid-19. As próximas eleições estão marcadas para 2023.

Já a oposição, principalmente a extrema direita de Matteo Salvini, defende a realização de eleições antecipadas. Enquanto a situação não se definir, o governo de Conte segue interinamente no poder.

Um desconhecido até 2018

O governo que ora se encerra é o segundo de Conte, um jurista e professor universitário sem mandato parlamentar que era desconhecido dos italianos até ser escolhido para chefiar o governo pelos partidos que formaram a primeira coalizão, o M5S e o populista de direita Liga, de Salvini, em 2018.

Essa coalizão durou até setembro de 2019, quando a aliança entre o M5S e a Liga se desfez diante dos frequentes conflitos entre os dois partidos. Conte conseguiu então formar um novo governo, com o M5S, o Partido Democrático e o Itália Viva à frente.

Terceira economia da zona euro e o primeiro país europeu a ser atingido duramente pela epidemia, a Itália enfrenta a sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.

as/lf (Lusa, Reuters, Efe, ots)