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Responsabilidade social

Vera Möller-Holtkamp (av)16 de março de 2007

Horst Köhler visitou o Paraguai, o Brasil e a Colômbia em 12 dias. Em sua primeira viagem à região como presidente alemão, ele abordou temas delicados e se empenhou por uma globalização mais humana.

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Presidente Köhler e esposa, Eva, na Foz do IguaçuFoto: picture-alliance/ dpa

"Combate à pobreza e responsabilidade social na economia" foi o slogan da visita do presidente alemão, Horst Köhler, ao Paraguai, Brasil e Colômbia. Como afirmou o chefe de Estado repetidamente: a paz social e a democracia só são estáveis se vinculadas a um sólido Estado de direito e a um crescimento econômico sustentável e ecológico.

Desta forma, Köhler tentou contrapor um aspecto humano e social à sua fama – muito difundida na América do Sul – de homem de negócios neoliberal e friamente calculista. Embora seja esta sua primeira viagem como presidente à região, na qualidade de presidente do Fundo Monetário Internacional, ele esteve diversas vezes no Brasil e Colômbia, entre outros, para negociações

Paraguai

Kolumbien Deutschland Horst Köhler bei Alvaro Uribe in Bogota
Encontro em Bogotá com Álvaro Uribe Velez (d)Foto: AP

"Não podemos mais separar o mundo dos ricos do mundo dos pobres", declarou Horst Köhler durante sua visita à capital, Assunção. O presidente paraguaio, Nicanor Duarte Frutos, pleiteou um acesso mais fácil de seu país ao mercado europeu.

Além disso, ele descreveu a Köhler os esforços de seu governo para combater a enorme corrupção e a economia iinformal no país. Duarte Frutos apresentou ainda um programa de ajuda social recém iniciado, que assegurará uma renda mínima às famílias mais pobres que enviarem seus filhos à escola.

Atualmente na presidência do Mercosul, o Paraguai consta como o membro mais fraco da aliança, tanto do ponto de vista político como econômico, além de ser o país mais corrupto da América Latina. Um estudo recente da Fundação Konrad Adenauer deu ao país as piores notas, segundo os indicadores de governança do Banco Mundial.

Köhler encontrou em Assunção vítimas de tortura do regime Stroessner e familiares. Estes pediram ao chefe de Estado alemão que, abrindo os arquivos de Nurembergue, contribua para o esclarecimento dos crimes e conseqüente punição e elaboração do passado.

Brasil

Köhler in Brasilien
Tudo OK com o presidente LulaFoto: AP

Horst Köhler louvou a política social brasileira. Segundo ele, o país estaria no caminho certo, embora ainda haja muito a fazer. Ele comunicou sua disposição de se empenhar, em nível internacional, por uma nova Rodada de Doha.

O presidente Lula sublinhou os interesses econômicos do Brasil e se declarou a favor de uma parceria entre os dois países, com o fim de incentivar a expansão dos biocombustíveis. Köhler comentou que, neste setor, Alemanha e Brasil são parceiros naturais, já que seu país está na vanguarda do desenvolvimento de tecnologias ambientais.

O presidente alemão visitou diversas instalações sociais no Brasil. Ele chamou a atenção para desníveis sociais e violações dos direitos humanos, como, por exemplo, a violência doméstica contra mulheres. Durante sua passagem por Manaus, conversou com ambientalistas sobre a proteção do clima e a floresta amazônica.

Colômbia

Paraguay Deutschland Horst Köhler und Nicandor Duarte in Asuncion
Köhler (e) ao lado de Nicanor Duarte FrutosFoto: picture-alliance/ dpa

O chefe de Estado enfocou o combate à violência na Colômbia, tema que domina a vida política do país no momento, e que ele relacionou a aspectos econômicos. Segundo Köhler, o crescimento econômico duradouro seria "o mais importante veículo para combater a violência". Além disso, o Estado colombiano deveria impor seu monopólio de poder, não só nas metrópoles como também nas zonas rurais.

Köhler expressou respeito pelo trabalho dos juízes do Supremo Tribunal colombiano. Pela primeira vez, estes fizeram prender deputados e altos funcionários da coalizão de governo por conexões com paramilitares. Ao mesmo tempo, criticou o fato de somente uma parcela dos homicídios cometidos no país irem a juízo e serem punidos.

O presidente colombiano, Álvaro Uribe Velez, se pronunciou por um acordo de bitributação com a Alemanha. Ele não quer esperar até a conclusão da Rodada de Doha, defendendo a possibilidade de se firmarem acordos bilaterais, no meio tempo. Velez exortou a Europa a não apenas combater o consumo de drogas, como também a se empenhar na luta contra o cultivo de narcóticos na Colômbia.

Repercussão modesta

A reação da mídia dos três países à visita do presidente alemão não foi tão grande quanto esperado. Um dos motivos para tal foi a coincidência com a viagem do presidente norte-americano, George W. Bush, pela América do Sul, atraindo a maior parte do interesse.

Uma outra razão foi possivelmente o fato de Horst Köhler não viajar, como um chefe de governo, com uma grande delegação da área econômica, mas sim haver levado em sua bagagem apenas uma série de preceitos morais e éticos.