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A água mais cara

Agências (rr)19 de agosto de 2008

Valor é o mais alto de 14 países industrializados, diz estudo. De 17 a 23 de agosto, mais de 2 mil especialistas de 140 países se reúnem em Estocolmo para a Semana Mundial da Água, cujo tema central é saneamento básico.

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Piscina dentro de um rio em Berlim: caro prazer?Foto: dpa

O preço da água na Alemanha é o mais alto do mundo, segundo um estudo da empresa NUS Consulting divulgado pelo jornal berlinense Die Welt. Em nenhum dos 14 países industrializados avaliados na pesquisa a água é tão cara. Estabelecimentos comerciais com um consumo anual de 10 mil metros cúbicos pagam atualmente 1,91 euro por metro cúbico, descontado o Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

Na Bélgica, paga-se 1,85 euro pelo mesmo volume, que custa 1,27 euro na França e 1,05 na Austrália. O valor mais baixo paga-se nos Estados Unidos: apenas 47 cents de euro. Segundo um porta-voz da NUS, o resultado também pode ser estendido a consumidores domésticos, embora estes paguem, em média, entre 80 cents e 1 euro a mais que estabelecimentos comerciais.

Entre outras coisas, isso se deve ao fato de a água ser subsidiada em diversos países. Além disso, na Alemanha ela serve de fonte de renda para o financiamento de projetos municipais. "Como os preços na Alemanha são definidos por cada município, os altos preços servem para subsidiar projetos locais, que geralmente seriam financiados através de impostos", escreveu o jornal com base no estudo.

Trinkwasser
Camponeses recolhem água de charco na EtiópiaFoto: Picture-Alliance / dpa

Especialistas debatem

De 17 a 23 de agosto, cerca de 2.500 especialistas internacionais de 140 países se reúnem na Semana Mundial da Água, conferência organizada anualmente pelo Instituto Internacional da Água de Estocolmo (SIWI). Neste ano, o tema central do evento será o saneamento básico, mas também serão debatidos as conseqüências das mudanças climáticas e o uso racional da água.

A cada minuto, quatro crianças morrem vítimas de doenças que poderiam ser eficientemente combatidas através de medidas higiênicas básicas, informa a organização internacional de ajuda à criança Plan. Em todo o mundo, água suja e alimentos contaminados matam mais que o vírus HIV.

Por isso, a construção de instalações sanitárias tornou-se parte integrante de programas internacionais de ajuda ao desenvolvimento, que inauguram, a cada ano, 2 mil latrinas em escolas na África, na Ásia e na América Latina, por exemplo.

Igualdade de chances

A existência de instalações sanitárias é, afinal, decisiva para a educação e a igualdade de chances, explica Marianne M. Raven, diretora da filial alemã da Plan.

Deutsche Welthungerhilfe in Haiti
Canal de irrigação no Haiti, construído pela organização alemã Deutsche WelthungerhilfeFoto: picture-alliance / dpa

"Onde não há toaletes, especialmente as meninas sofrem. Elas só tomam coragem de fazer suas necessidades depois de escurecer, por isso comem e bebem menos, e tendem a ser mais vulneráveis a ataques. Ou os pais até as proibem de ir à escola. Banheiros separados impedem especialmente que adolescentes no início da menstruação interrompam os estudos."

Segundo a Plan, 2,6 bilhões de pessoas em todo o mundo – entre elas, 980 milhões de crianças – vivem sem instalações sanitárias. Uma das Metas do Milênio das Nações Unidas era justamente reduzir esse número pela metade até 2015. "Isso não é importante apenas para a saúde, mas é também um grande passo para o desenvolvimento social e econômico das sociedades", conclui Raven.