1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Procedimento foi bem-sucedido e Lula passa bem, diz médico

Publicado 12 de dezembro de 2024Última atualização 13 de dezembro de 2024

Segundo Roberto Kalil, procedimento para evitar novos sangramentos na cabeça do presidente foi feito "com sucesso". Dreno intracraniano foi retirado sem intercorrências.

https://p.dw.com/p/4o45b
Presidente em seu gabinete presidencial com as bandeiras da República e nacional ao fundo
Equipe médica estima que Lula deverá voltar a Brasília na próxima semanaFoto: Agência Gov

O procedimento feito no presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (12/12) para reduzir o risco de sangramento após uma cirurgia intracraniana de emergência aconteceu sem intercorrências, informou seu médico, Roberto Kalil, a jornalistas, do lado de fora do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

"Procedimento foi com sucesso, acabou. Presidente está acordado, falando", disse o cardiologista. A operação começou às 7h25 e terminou antes das 8h30 e foi realizada em uma sala de cateterismo. 

A equipe médica do presidente, incluindo Kalil, convocou uma coletiva de imprensa após o procedimento para dar mais informações sobre o estado de saúde de Lula.

De acordo com os médicos, Lula está neurologicamente perfeito e cognitivamente íntegro, apto para seguir com suas funções. Ele deve ficar internado até o começo da próxima semana e, enquanto não tiver alta, deve manter repouso e evitar situações de desgaste físico e emocional.

Ainda na quinta-feira, o presidente realizou novos exames e, no começo da noite, teve o dreno intracraniano retirado, sem intercorrências. "Permanece lúcido e orientado, conversando normalmente, alimentou-se bem e recebeu visitas de familiares", afirmou o boletim médico divulgado pelo Planalto após o procedimento.

Procedimento pouco invasivo

Chamada de embolização da "artéria meníngea média", a operação feita nesta quinta no presidente tem o intuito de conter novos sangramentos na região da cabeça submetida anteriormente a cirurgia.

A equipe médica fez uma punção na virilha, por onde um cateter foi introduzido até a região onde era necessária a embolização. Assim, o fluxo sanguíneo para a área da cabeça afetada foi interrompido, o que deve reduzir a ocorrência de hemorragias e a formação de coágulos.

O procedimento foi "minimamente invasivo", segundo os médicos que atenderam Lula, feito com um tupo maleável de 1 milímetro de diâmetro. O presidente recebeu uma sedação simples e estava consciente logo após o procedimento.

Histórico

A emergência médica do presidente nesta semana aconteceu quando ele se queixou de dor de cabeça enquanto estava em Brasília na segunda-feira. Um exame de ressonância magnética constatou uma hemorragia entre seu cérebro e a membrana que o protege.

Ele foi levado às pressas para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde os médicos realizaram na terça-feira uma trepanação, que consiste em perfurar o crânio para aliviar a pressão causada por sangramentos internos. Segundo sua equipe médica, Lula não sofreu danos cerebrais.

Os médicos frisaram que a operação desta quinta foi preventiva, para minimizar riscos de novos sangramentos, e já era considerada no início da semana. Não foi detectado um novo hematoma depois da operação da terça-feira, afirmaram.

A cirurgia da terça estava ligada aos sangramentos causados por uma queda que ele sofreu em outubro, em um banheiro da residência presidencial. Segundo seu relato, o presidente caiu de um banco ao cortar as unhas e teve que receber pontos na nuca. Desde então, tem feito exames periódicos de acompanhamento.

Nas semanas seguintes, o presidente reduziu o ritmo de trabalho e deixou de fazer viagens planejadas ao exterior. A partir de meados de novembro, ele retomou sua agenda ativa, incluindo a organização da cúpula do G20 no Rio e a cúpula do Mercosul no Uruguai, na semana passada.

Kalil também informou que o procedimento desta quinta "não muda absolutamente nada" no tempo de internação do presidente, que tem alta prevista para o início da próxima semana.

sf/gq (AFP, ots)