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FutebolEspanha

Processo contra Neymar é concluído na Espanha

1 de novembro de 2022

Jogador, seu pai e dirigentes são acusados por empresa brasileira de irregularidades na transferência do Santos para o Barcelona, em 2013. Veredicto deve ser proferido em até três semanas.

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O jogador brasileiro Neymar veste terno e óculos escuros e é escoltado por um oficial até a corte de Barcelona para depor sobre processo de fraude e corrupção.
Em última etapa do julgamento, jogador brasileiro preferiu não se manifestar sobre acusações de fraude e corrupçãoFoto: Albert Gea/REUTERS

Três dias depois de a promotoria retirar as acusações de fraude e corrupção contra Neymar e outros suspeitos de irregularidades na transferência do jogador do Santos para o Barcelona, em 2013, o processo contra o atacante brasileiro foi concluído nesta segunda-feira (31/10) na Justiça espanhola.

As sentenças, no entanto, podem levar até três semanas para serem confirmadas e proferidas pelos magistrados – ou seja, o resultado pode ser divulgado justamente durante a Copa do Mundo, que começa em 20 de novembro e vai até 18 de dezembro, no Catar.

A decisão do Ministério Público de retirar as acusações indica um horizonte mais favorável para os réus. A Promotoria alegou que não havia indícios, "nem mesmo circunstanciais", de irregularidades, somente presunções. A decisão enfraqueceu a acusação, que ficou somente nas mãos da empresa DIS. 

A DIS – um fundo de investimento esportivo do grupo de supermercados brasileiro Sonda –, que processou Neymar, manteve as acusações, mas pediu a revisão da pena inicialmente proposta. Agora, o grupo pede dois anos e meio de prisão para o jogador e quatro anos para o pai dele, que atua como seu agente.

Antes, a DIS pedia uma pena de cinco anos para Neymar, seu pai e os ex-presidentes do Barcelona, Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu. O ex-presidente do Santos, Odílio Rodrigues Filho, também é parte do processo.

Nem Neymar nem seu pai quiseram se manifestar durante a última etapa do julgamento, que ocorreu em Barcelona.

Por videoconferência, o jogador foi questionado pelo juiz se gostaria de acrescentar algo às suas declarações de duas semanas atrás, e Neymar respondeu apenas: "Não, obrigado."

Os ex-presidentes do Barcelona, por outro lado, se manifestaram. Em uma breve fala, ambos reforçaram sua inocência no caso.

Na última sexta-feira, a promotoria espanhola decidiu retirar as acusações depois de ouvir depoimentos de Rosell e Bartomeu, alegando que não encontraram evidências de crime.

Anteriormente, os promotores pediam uma pena de dois anos de prisão para Neymar, além de uma multa de 10 milhões de euros. E também pena de cinco anos para Rosell e de três anos para Rodrigues Filho.

Nesta segunda, a DIS acusou Neymar e seu pai de serem "traidores" por supostamente tentarem esconder o real valor da transferência do jogador. E lamentou a decisão da promotoria em retirar as acusações.

Entenda o caso

O grupo DIS comprou 40% dos direitos de Neymar em 2009, quando ele era atleta do Santos, e alegou ter sido enganado nas negociações durante a transferência para o Barcelona, quatro anos depois.

Em 2015, a empresa acusou Neymar e os demais envolvidos na transação de corrupção e fraude. Além de uma sentença de cinco anos de prisão, pediu uma indenização de 34 milhões de euros e multa de 195 milhões de euros, a ser paga ao Estado espanhol.

Apesar de o FC Barcelona ter estimado inicialmente a contratação de Neymar em 57,1 milhões de euros (40 milhões para a família e 17,1 para o Santos), a Justiça espanhola calculou que o negócio teria envolvido pelo menos 83 milhões de euros (cerca de R$ 440 milhões).

Para o DIS, Barcelona, Neymar e posteriormente também o Santos uniram forças para esconder o valor real da operação por meio de outros contratos dos quais ficaram de fora.

A empresa afirma ter recebido 6,8 milhões de euros dos 17,1 pagos oficialmente ao clube brasileiro.

"Neymar Júnior, com a conivência de seus pais e do FC Barcelona, e seus dirigentes na época, e o Santos FC [...] fraudaram os legítimos interesses econômicos do DIS", disse Paulo Nasser, advogado da empresa.

Todos os réus negaram quaisquer irregularidades envolvendo as negociações.

gb/lf (AP, AFP)