Prodi quer "cortar o mal da imigração ilegal pela raiz"
18 de junho de 2002Três dias antes da conferência de cúpula da União Européia, Romano Prodi lembrou que a questão da imigração ilegal causa grande inquietude entre a população européia, exigindo que UE reaja a estes sinais com medidas concretas, para evitar a criação de cenários de horror que não correspondem à realidade. O principal seria se chegar a um consenso sobre mecanismos de defesa de fronteiras.
A França e a Suécia resistem contra a proposta de cortar a ajuda humanitária para países que permitirem o transporte de estrangeiros ilegais para a UE. A Itália, país mais visado pela máfia de transporte de estrangeiros ilegais, exige a aprovação da medida com urgência.
A União Européia culpa sobretudo a Albânia, a Argélia e a Turquia pela falta de controle dos navios que partem para a UE com fugitivos a bordo.
Através da fronteira alemã
De junho de 2001 a janeiro deste ano, a polícia alemã de fronteiras conseguiu impedir a entrada ilegal de 16 mil europeus do Leste, vindos sobretudo da Ucrânia. A estratégia mais comum dos "atravessadores" de ilegais era fundar agências de turismo que conseguiam obter vistos de turista, sem que o requerente tivesse de comparecer pessoalmente às embaixadas e consulados alemães.
Diante deste abuso do visto de turista, as autoridades alemãs passaram a exigir a presença pessoal do requerente, além de comprovante de solvência e um recibo que comprove o pagamento dos custos de viagem. De acordo com o Ministério alemão do Interior, o destino planejado pela maioria dos imigrantes ilegais bloqueados na fronteira era a península Ibérica.
Mais rentável que tráfico de drogas
De acordo com a polícia internacional européia Europol, cerca de 500 mil ilegais conseguem chegar a cada ano ao território da UE. É provável que os números não-oficiais sejam bem mais altos. Acredita-se que a máfia dos "atravessadores" de imigrantes ilegais movimente mais dinheiro do que o tráfico de drogas na Europa.
Os principais pontos de acesso à UE são o estreito de Gibraltar, os mares Egeu e Adriático, além da fronteira com a Europa Oriental. Muitos fugitivos rasgam seus passaportes de origem e as embaixadas costumam recusar-se a ajudar no reconhecimento da sua identidade. Por estes motivos, além de criar uma política comum de imigração e asilo, a UE também pretende padronizar as regras de emissão de vistos.