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Plano para reformar zona do euro será apresentado até junho

28 de abril de 2018

Otimistas em superar as divergências, Alemanha e França prometem entregar um plano conjunto a tempo da próxima cúpula da UE, daqui a dois meses. Ideias ousadas do presidente francês enfrentam ceticismo em Berlim.

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A zona do euro é constituída por 19 países-membros
A zona do euro é constituída por 19 países-membrosFoto: Getty Images/C. Furlong

Apesar das divergências entre Alemanha e França quanto ao futuro da União Europeia (UE), os ministros das Finanças dos dois países se comprometeram neste sábado (28/04) a apresentar uma proposta conjunta de reformas da zona do euro até junho, a tempo da próxima cúpula do bloco.

A confirmação de um plano conjunto vem em meio a rumores de que as diferenças entre as duas potências seriam grandes demais para sustentar um acordo, e após resistência alemã às propostas do presidente francês, Emmanuel Macron, para fortalecer a cooperação econômica e financeira na UE.

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"Acreditamos firmemente que poderemos chegar a um acordo entre Alemanha e França antes do próximo encontro [entre os líderes europeus]", disse o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, em coletiva de imprensa ao lado de Olaf Scholz, seu homólogo em Berlim.

Segundo Scholz, "é absolutamente importante que Alemanha e França concordem nas questões". "Estamos muito otimistas de que teremos sucesso", destacou o ministro alemão.

Os ministros das Finanças alemão e francês após encontro na Bulgária
Os ministros das Finanças alemão e francês em encontro na Bulgária: "Unidos permanecemos fortes"Foto: Getty Images/AFP/Str

O político informou ainda que Le Maire viajará a Berlim para ambos discutirem a questão. "Se você olhar a agenda, verá que essa reunião é desesperadamente necessária para obtermos sucesso no final", disse ele, ao fim de um encontro entre ministros europeus em Sófia, na Bulgária.

A próxima cúpula entre os líderes europeus está marcada para 28 e 29 de junho, em Bruxelas. Macron já havia prometido apresentar, antes da cimeira, um conjunto de reformas que a França considera necessárias para "reiniciar" a Europa após a saída do Reino Unido do bloco.

Menos de duas semanas atrás, o presidente francês se reuniu com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, em Berlim, para buscar apoio para suas propostas, sabendo que, sem um posicionamento comum entre Alemanha e França, nada avança na Europa.

Macron quer tornar a zona do euro mais resistente a crises, por isso exige um "roteiro" de reformas. O novo governo alemão, por sua vez, também se comprometeu com uma "guinada para a Europa", declarando-se basicamente pronto a prestar contribuições mais altas para o orçamento da UE.

Ainda assim, é grande o ceticismo entre amplas parcelas do governo. O argumento dos críticos – principalmente a base conservadora alemã – é que os planos de Macron não batem com os interesses da Alemanha, obrigando os contribuintes nacionais a pagar a conta pelos outros países.

Merkel e Macron, em reunião em Berlim em 19 de abril
Merkel e Macron, em reunião em Berlim em 19 de abrilFoto: Reuters/A. Schmidt

Um dos pontos especialmente defendidos pelo presidente francês – e que encontram resistência entre os políticos alemães – é estabelecer um orçamento conjunto para a zona do euro. Com isso, a união monetária teria um meio de combater crises econômicas e financiar investimentos futuros, afirma Macron. Ainda não está claro de onde o dinheiro viria.

A visão do líder francês é de uma Europa de duas velocidades, permitindo que os países dispostos a uma maior integração adotem as medidas propostas, enquanto os demais teriam a opção de manter seu status quo.

Macron também tem falado frequentemente na criação do cargo de ministro das Finanças para a zona do euro, mas a ideia, muito criticada por membros do governo alemão, foi significativamente enfraquecida.

Em termos das reformas da união monetária, o presidente acredita que um Parlamento separado, composto por membros dos Estados da zona do euro, permitiria decidir sobre questões que não dizem respeito aos membros que não adotaram a moeda única.

Alemanha e França, responsáveis por cerca de 50% da produção europeia, costumam dar demonstrações de unidade política e de compartilhar das mesmas intenções, mas o problema frequentemente está nos detalhes.

EK/afp/dpa/lusa/dw

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