Propostas da Grécia recebem primeiros sinais positivos
10 de julho de 2015No dia seguinte a mais uma tentativa de Atenas de chegar a um acordo com os credores internacionais, ao apresentar uma lista de reformas a serem implementadas no país, as propostas gregas receberam reações positivas nesta sexta-feira (10/07).
França e a Itália saudaram as sugestões apresentadas pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que têm em vista a liberação de um novo pacote de resgate de 53,5 bilhões de euros, com duração de três anos. Os planos de Tsipras, que incluem o combate à sonegação e reformas fiscais, são discutidos pelo Parlamento grego nesta sexta-feira.
"Os gregos mostraram determinação em querer permanecer na zona do euro, pois o programa que apresentaram é sério e digno de confiança", disse o presidente francês, François Hollande. "Todo o possível tem de ser feito para que se chegue a um acordo, um bom acordo, que respeite as regras europeias, mas também os gregos."
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, se disse "mais otimista" quanto a um acordo entre Atenas e credores.
O ministro das Finanças da Eslováquia, Peter Kazimir, escreveu no Twitter: "Parece que fizemos progresso em relação à Grécia. Ainda não está claro se isso [as propostas] será suficiente", disse o político, um dos mais ferrenhos oponentes na zona do euro a uma extensão dos fundos de resgate à Grécia sem medidas de austeridade mais rígidas.
O chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse que a última lista submetida por Tsipras é "um texto minucioso", mas cuja "qualidade ainda tem que ser determinada". Ele afirmou que uma "grande decisão" pode ser tomada pelos ministros das Finanças na união monetária neste sábado, quando se reúnem para discutir as propostas gregas.
A Alemanha afirmou que o resultado da reunião de sábado está "completamente em aberto". Autoridades europeias estão trabalhando em "velocidade máxima" para analisar as reformas propostas pela Grécia, disse um porta-voz do Ministério das Finanças alemão.
Aprovação em casa
Berlim pediu que o Parlamento em Atenas aprove os planos de Tsipras, os quais a Alemanha vê como o primeiro passo para a implementação das reformas, que também incluem cortes nos gastos militares.
As chances de Tsipras conseguir a aprovação dos parlamentares aumentaram depois que os partidos da oposição pró-europeus To Potami e Nova Democracia manifestaram apoio às propostas do governo e à possibilidade de se chegar a um acordo com os credores – Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Certamente autorizaremos o primeiro-ministro a chegar a um acordo", disse um porta-voz do To Potami à agência de notícias Reuters nesta sexta-feira. O partido ocupa 17 dos 300 assentos do Parlamento.
Já cinco linhas-duras do partido Syriza, de Tsipras, disseram nesta sexta-feira que sair da zona do euro e voltar ao dracma seria preferível a um acordo com os credores atado pela austeridade.
Nesta sexta-feira, além do Parlamento grego, o BCE, o FMI e a Comissão Europeia analisam as propostas apresentadas na véspera por Tsipras. No sábado, os 19 ministros das Finanças da zona do euro discutirão os planos gregos, e no domingo, será a vez de os 28 líderes da União Europeia se reunirem numa cúpula extraordinária para decidir o futuro da Grécia.
LPF/rtr/afp/dpa