Protesto contra a crise acaba em violência na Espanha
26 de setembro de 2012Manifestantes e policiais se enfrentaram nesta terça-feira (25/09) no centro de Madri, durante protestos contra a crise econômica e as novas medidas de austeridade do governo da Espanha.
Ao longo do dia, milhares de manifestantes se concentraram junto a barreiras de segurança em vários pontos de acesso ao Congresso dos Deputados, no centro da capital. O protesto faziam parte de uma iniciativa chamada "Cerque o Congresso", que reuniu os participantes de várias marchas que ocorreram na cidade.
Os confrontos deixaram 64 pessoas feridas – sendo 27 delas policiais – e 22 manifestantes foram detidos, segundo a imprensa espanhola. A polícia usou cassetetes e balas de borracha contra os manifestantes, que acusavam os políticos de "sequestrar a democracia" no país.
O primeiro confronto entre policiais e manifestantes ocorreu ainda durante a tarde, na Plaza de Neptuno, onde os manifestantes tentavam furar uma barreira e se dirigir ao Congresso. Depois espalharam-se por diversos pontos do centro a cidade.
No início da madrugada desta quarta-feira, os agentes policiais retiraram cerca de 500 manifestantes que permaneciam diante do Congresso, passadas as 21h30, horário limite para a manifestação.
Os protestos desta terça expuseram o descontentamento dos espanhóis com a gestão da crise pelo presidente do governo, Mariano Rajoy. Com um desemprego que beira os 25% – 6 milhões de pessoas – a Espanha é um dos países mais afetados pela crise da dívida na zona do euro.
O País Basco espanhol vai enfrentar nesta quarta a segunda greve geral do ano convocada por vários sindicatos em protesto contra os cortes e a perda de direitos sociais e trabalhistas. A última greve geral ocorreu em 29 de março. A convocatória para a greve geral de hoje estende-se também a Navarra.
RO/dpa/rtr/lusa
Revisão: Alexandre Schossler