Proximidade aumenta fascinação de Marte
27 de agosto de 2003Mais de 160 observatórios e planetários da Alemanha estão abrindo suas portas ao público a partir do anoitecer, desde 23 de agosto até 6 de setembro, atraindo um número nunca visto de curiosos e interessados. Motivo: as pessoas querem aproveitar a oportunidade única de observar Marte à menor distância possível da Terra.
O auge, ou melhor, o ponto mínimo, será nesta quarta-feira (27/08), quando Marte e Terra estarão a "apenas" 55,76 milhões de quilômetros um do outro, uma proximidade que ocorreu pela última vez 57.618 anos antes de Cristo e só vai se repetir no distante ano de 2287. O fato de os dois planetas terem órbitas ovais faz com que a distância entre eles mude ao longo de sua trajetória ao redor do Sol, podendo atingir um máximo de 400 milhões de quilômetros.
A febre de chegar a Marte
A constelação favorável originou uma verdadeira corrida dos cientistas no espaço sideral em direção ao planeta vermelho: os europeus lançaram em junho o Mars Express, que deverá atingir seu destino na época do Natal; a Nasa tem duas sondas do tipo, a Opportunity e a Spirit. A sonda japonesa, que por motivos técnicos está a caminho há cinco anos, deverá finalmente alcançar Marte no começo de 2004. Tanto os americanos como os europeus estão interessados em esclarecer a questão sobre se existiu ou ainda existe vida no planeta vizinho da Terra.
Esta é, aliás, uma questão que há muito ocupa a imaginação dos terrestres. O astrônomo real britânico Sir William Herschel (1738-1822) não tinha a menor dúvida de que Marte, bem como todos os outros planetas do sistema solar, abrigava vida inteligente.
Os canali, que o italiano Giovanni Schiaparelli distinguiu na superfície marciana em 1877, foram interpretados como obras que comprovariam a existência de civilização, até que aparelhos mais precisos demonstraram se tratar de ilusões de óptica.
A transmissão de uma versão realista do romance de H.G. Wells, Guerra dos Mundos, pelo rádio, a cargo de Orson Welles, em 1938, gerou pânico entre a população americana, crente de que o mundo estava sendo invadido por marcianos.
As primeiras sondas a Marte, nos anos 70, contribuíram para acabar com o mito dos homenzinhos verdes. Ou será que não? Nestas noites em que o planeta chama a atenção no céu, um centro de estudos em Mannheim dedicado a registros de OVNIs vem sofrendo um aumento do número de telefonemas. A mancha alaranjada que brilha mais que as estrelas faz as pessoas acreditarem estar vendo um disco voador.