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Inventor Europeu

28 de abril de 2010

Pesquisadores alemães foram agraciados em três categorias do prêmio Inventor Europeu de 2010. Apesar da dificuldade para encontrar financiamento, institutos buscam a valorização de patentes.

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Foto: picture-alliance/dpa

O Escritório Europeu de Patentes (EEP) e a Comissão Europeia divulgaram nesta quarta-feira (28/04) os ganhadores do prêmio Inventor Europeu de 2010. A premiação reconheceu trabalhos em áreas como ecologia, física nuclear, navegação e sistemas de informação. Entre os nove vencedores nomeados em Madri, quatro são alemães.

Um deles é Wolfgang Krätschmer, agraciado pelo conjunto de sua obra. Graças a seu trabalho pôde ser criada a molécula de carbono C60, apelidada "Bola de futebol", cada vez mais utilizada em lubrificantes inovadores, combustíveis e supercondutores.

Os alemães Jürgen Pfitzer e Helmut Nägele são os ganhadores da categoria "KMU/Pesquisa". Com a madeira líquida Arboform, os dois engenheiros conseguiram um grande avanço para o uso sustentável de matérias primas renováveis. Já o alemão Raimund Loser e o suíço Albert Markenford venceram na categoria "Indústria", com um sistema portátil de escaneamento tridimensional a laser que revolucionou a medição industrial, por exemplo, no setor automobilístico.

Os norte-americanos Sanjai Kohli e Steven Chen foram distinguidos na categoria "Países Não-Europeus". Eles criaram os chips de alto desempenho e baixo custo que permitiram a utilização efetiva de sinais de satélite e, consequentemente, o emprego comercial de sistemas de navegação GPS. Também os canadenses Bem Wiens e Danny Epps receberam o prêmio nessa categoria, por terem desenvolvido células combustíveis eletroquímicas, como alternativa aos combustíveis fósseis.

Capacidade inventiva

Entre as 16 nações mais industrializadas do mundo, a Alemanha é o nono país mais inovador. Na ponta estão os Estados Unidos e a Suíça. O responsável por este ranqueamento é o Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW), em Berlim, por encomenda da Confederação da Indústria Alemã (BDI).

Deutsches Patentamt
Departamento Alemão de Patentes, em MuniqueFoto: picture-alliance / dpa

Há cinco anos, os critérios de julgamento são: capacidade de adquirir novos conhecimentos e de transformá-los em produtos adequados ao mercado, possibilidade de angariar recursos financeiros e o nível da formação escolar e técnica.

Stefan Fage, um dos inventores, desenvolveu "papagaios" gigantescos, capazes de propelir navios cargueiros. Com a invenção, pode-se conseguir uma economia de combustível de 10% a 35% por viagem e uma enorme redução das emissões de CO2. O projeto tem grande potencial, em face dos 70 mil cargueiros existentes no mundo.

"Velejo desde criança e sempre me perguntei como utilizar a força dos papagaios nos navios, e como voltar a aproveitar energia grátis dos ventos marítimos", disse Fage.

Pesquisa e mercado

Os chamados nanoprodutos constituem o maior campo de inovação na Alemanha. Eles são utilizados na área medicinal e, sobretudo, na criação de novos materiais. A Universidade de Aachen conseguiu grande avanço nesse sentido, junto a outros centros tecnológicos.

Mas, apesar de o intercâmbio entre cientistas e empresas estar crescendo na Alemanha, o foco na exploração econômica dos conhecimentos científicos e na rápida conquista de mercado prejudicou a pesquisa de base no país.

"É muito difícil para nós, porque nossos projetos ainda estão num estágio bem precoce, possuem riscos e ainda estão muito longe do mercado. Isso dificulta muito encontrar patrocinadores", contou Jörn Eselius.

Para incentivar a inovação, os principais institutos de pesquisa alemães criaram as assim chamas startups, pequenas empresas que avaliam e desenvolvem novos conhecimentos e patentes, de forma autônoma. Uma delas é a Max Planck Innovation: em seus seis anos de existência, já converteu 2.600 invenções em 200 milhões de euros, através de 1.500 contratos de exploração das patentes.

Autor: Wolfgang Dick /ots/DD
Revisão: Augusto Valente