IBGE: Quase 9 milhões perderam o emprego no auge da pandemia
6 de agosto de 2020A taxa oficial de desemprego do Brasil subiu para 13,3% no trimestre encerrado em junho, a mais alta em três anos, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (06/08). Durante este período marcado pelo surto de covid-19 no país, 8,9 milhões de postos de trabalho foram fechados.
O dado representa um aumento de 1,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior encerrado em março (12,2%) e de 1,3 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de 2019 (12%). Trata-se da maior taxa de desemprego desde o trimestre terminado em março-maio de 2017, quando a taxa também ficou em 13,3%, segundo o IBGE.
O instituto afirmou que 12,8 milhões de pessoas estão procurando emprego no Brasil. A chamada taxa de população desocupada apresentou estabilidade na comparação com o trimestre de janeiro a março (12,9 milhões) e também igual ao trimestre correspondente do ano anterior (12,8 milhões).
A população ocupada som 83,3 milhões de pessoas e chegou ao menor nível da série histórica iniciada em 2012, com redução de 9,6% (8,9 milhões de pessoas a menos) em relação ao trimestre anterior. Tanto a quantidade de pessoas ocupadas quanto o tamanho percentual da redução são novos recordes negativos.
Em outras palavras: quase 9 milhões de pessoas perderam seus empregos durante os meses agudos da epidemia de covid-19 no Brasil. Estima-se que a taxa de desemprego só não está maior porque muita gente deixou de procurar emprego ou simplesmente não estava disponível a trabalhar em meio à epidemia.
Na quarta-feira, o Banco Central reduziu sua taxa básica em 0,25 pontos para 2% - uma baixa histórica – numa tentativa de reanimar a economia, enquanto o número de mortos pelo novo coronavírus se aproxima da marca de cem mil no país.
A produção industrial caiu 10,9% no primeiro semestre do ano em comparação com os primeiros seis meses de 2019, apesar de uma forte recuperação de 8,9% em junho.
Analistas consultados pela pesquisa semanal do Banco Central preveem que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil contraia 5,66% neste ano, previsão menos pessimista do que há um mês, quando era de 6,5%.
PV/afp/ots
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