Quase metade dos alemães quer renúncia de Merkel
22 de junho de 2018Uma sondagem divulgada nesta sexta-feira (22/06) mostrou que quase um de cada dois cidadãos da Alemanha é a favor de que a chanceler federal Angela Merkel renuncie ao cargo. A notícia vem em plena crise de governo no país
devido à política migratória, e reforça os temores de que a coalizão em Berlim possa ser rompida.
De acordo com a pesquisa representativa, feita pelo instituto demográfico YouGov, 43% dos entrevistados defendem a saída da chefe de governo, enquanto 42% são por sua permanência. Outros 15% não souberam ou não quiseram responder.
Entre os eleitores do bloco conservador liderado por Merkel, 63% acreditam que a líder do União Democrata Cristã (CDU) deva concluir seu mandato, enquanto 27% acham que é hora de ela ceder o poder a um sucessor.
Curiosamente, os maiores defensores de Merkel se encontram na oposição: 66% dos eleitores do Partido Verde, pacifista e ambientalista, são a favor da permanência da premiê no cargo. Atrás deles vêm os simpatizantes da sigla A Esquerda (48%), seguidos pelos do Partido Social-Democrata (SPD), com 46%; do Partido Liberal Democrático (FDP), 45%; e de 6% da populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Para o levantamento foram entrevistadas 2.053 pessoas, entre 19 e 21 de junho.
Merkel enfrenta um dos piores momentos de sua carreira política. Pressionada pela União Social Cristã (CSU), partido irmão da CDU na Baviera, ela se vê forçada a fechar um acordo com os demais países-membros da União Europeia antes do fim do mês, para pôr fim à entrada de imigrantes na Alemanha que se registraram ou solicitaram refúgio em outros países do bloco ao chegarem à Europa.
Diante de ameaças do ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, de fechar as fronteiras nacionais para certos grupos de requerentes de asilo, caso não se encontre uma maneira de conter o fluxo de migrantes para a Alemanha, Merkel aceitou tratar do tema durante a cúpula da UE
, entre 28 e 29 de junho. Se até lá o impasse não for resolvido, há riscos de seja dissolvida que a coalizão do governo, selada a custo em Berlim.
As apostas neste sentido já começaram: 32% dos entrevistados acreditam que a coalizão entre o bloco conservador e os sociais-democratas será desfeita; 45% acham que ela conseguirá superar as atuais tensões. Apenas 31%, porém, consideram provável que a atual formação de governo conclua sua legislatura, que vai até 2021.
IP/dpa
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