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Quatro fatos sobre o congelamento de óvulos

28 de outubro de 2023

Cada vez mais mulheres buscam procedimento na expectativa de garantir uma gravidez em algum momento futuro. Caro, procedimento não tem garantia de sucesso.

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Ilustração que representa inseminação artificial
Apesar da complexidade e dos custos, o congelamento de óvulos não garante uma futura gravidezFoto: Maksym Yemelyanov/Zoonar/picture alliance

Entre o início e meados dos 30 anos de idade, o relógio biológico de muitas mulheres começa a alarmar. Não é hora de ter filhos? Por outro lado, seria o momento ideal para tal na minha carreira? Continuarei a ter uma vida própria, com amigos e hobbies? Onde está o parceiro ideal para ser o pai da criança? Talvez ainda não seja o momento certo...?

Apesar das dúvidas, o relógio biológico não para. Confira quatro fatos sobre o congelamento de óvulos:

1. Óvulos também envelhecem

A partir dos 35 anos, a fertilidade feminina diminui devido ao processo natural de envelhecimento. Isso não significa que é impossível engravidar naturalmente sem problemas nos anos seguintes. Mas a probabilidade de que nem todos os óvulos sejam férteis aumenta significativamente.

Isso ocorre porque as mulheres já nascem com toda a sua reserva de óvulos. Após o nascimento, uma menina possui entre 1 e 2 milhões de óvulos. Na puberdade, restam apenas cerca de 300 mil – muitos dos quais nunca vão amadurecer e regridem.

Apenas cerca de 400 óvulos amadurecem durante os anos férteis. Geralmente, um óvulo por ciclo pode ser fertilizado. No entanto, quanto mais velha a mulher fica, mais propenso a erros se torna o processo de maturação, a chamada meiose.

A meiose é o processo de divisão celular que assegura que cada óvulo tenha exatamente 23 cromossomos, que transportam a informação genética da mãe. Erros podem acontecer durante esse processo, e um óvulo pode no fim acabar com cromossomos a mais ou a menos do que o esperado. Isso dificulta a concepção, além de aumentar as taxas de abortos espontâneos.

2. Congelamento de óvulos permite ganhar tempo

O processo de envelhecimento dos óvulos pode ser paralisado se essas células forem retiradas da mulher e congeladas. Originalmente, a chamada criopreservação de óvulos não fertilizados era destinada a mulheres com doenças graves, como câncer. A técnica agora passou a ser aplicada sem a necessidade médica.

Muitas mulheres esperam assim enganar o relógio biológico e engravidar num momento posterior. O principal motivo que leva mulheres a buscar essa técnica é a falta de um parceiro, escreveram as ginecologistas Janna Pape e Sibil Tschudin num artigo publicado na revista especializada Endocrinologia Ginecológica.

3. Procedimento caro

Antes da retirada e congelamento dos óvulos, as mulheres passam pelo chamado tratamento de estimulação ovariana, que consiste na aplicação de injeções hormonais durante um determinado período para estimular a maturação do maior número possível de óvulos nos ovários.

Esse tratamento pode ter efeitos colaterais, como tonturas, ondas de calor e problemas de visão. Para o processo de congelamento, geralmenze, são necessários de dois a quatro períodos de estimulação. De acordo com Pape e Tschudin, no melhor dos cenários, cerca de 25 óvulos maduros são coletados, mas o mais comum é entre dez e 15.

Os óvulos são coletados através da chamada punção folicular. Nesse procedimento, os folículos que contêm os óvulos são perfurados com uma agulha fina e o óvulo é aspirado. Esse procedimento é considerado de baixo risco e demora entre dez e 15 minutos.

Logo após a retirada, os óvulos são congelados. A uma temperatura de -197°C, eles podem ser armazenados por anos.

Na Alemanha, esse processo custa entre 2 mil e 4 mil euros (R$ 10 mil e R$ 21,3 mil). Além disso, há uma taxa anual de congelamento que varia entre 200 e 300 euros (R$ 1 mil e R$ 1,5 mil). A fertilização in vitro, ou seja, a inseminação artificial com um espermatozoide, que se realizará posteriormente, tem um custo estimado em 2 mil euros (R$ 10 mil).

4. Nenhuma garantia de gravidez futura

Apesar da complexidade e dos custos do procedimento, o congelamento de óvulos não garante uma futura gravidez.

Após a fertilização dos óvulos congelados, a maternidade é alcançada em cerca de 10% dos casos, segundo Pape e Tschudin. Quando mais nova for a mulher na época da retirada dos óvulos, maiores as chances de uma gravidez posterior.

A eficácia do congelamento dos óvulos sofre ainda em outro aspecto: muitas mulheres acabam não utilizando os óvulos congelados. De acordo com um estudo de 2017, isso ocorre principalmente porque elas não encontraram um parceiro certo e têm receio de serem mães solteiras.