Queda do avião da Chapecoense mata 71 na Colômbia
29 de novembro de 2016Um acidente com o avião que transportava a equipe da Chapecoense deixou 71 mortos no início da madrugada desta terça-feira (28/11) na Colômbia, segundo as autoridades colombianas. A aeronave caiu numa região montanhosa nas proximidades de Medellín, no noroeste do país, por volta da 1h (horário de Brasília).
Ínicialmente, a relação fornecida pelas autoridades colombianas indicou que até 81 pessoas poderiam estar a bordo, incluindo 72 passageiros e 9 tripulantes. Mais tarde, foi confirmado um total de 71 mortos e seis feridos.
Quatro pessoas não embarcaram de última hora. São elas Luciano Boligon, prefeito de Chapecó, Plinio de Nes Filho, presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, e o deputado Gelson Merisio, presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, e o radialista catarinense Ivan Carlos Agnoletto, da rádio Super Condá.
Na noite desta terça-feira, o diretor da Aeronáutica Civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra, afirmou no Twitter que as duas caixas-pretas do avião foram encontradas por funcionários do órgão.
Sobreviventes
Entre os sobreviventes estão os jogadores brasileiros Alan Ruschel, que deu entrada na Clínica San Juan de Dios, da localidade de La Ceja, e Jackson Follmann. Ruschel passou por uma cirurgia na coluna, segundo médicos. O Hospital San Vicente, de Rionegro, localidade próxima a Medellín, informou que Follmann precisou ter sua perna direita amputada, mas seu estado de saúde é estável.
Também foi resgatado o jornalista catarinense Rafael Henzel, segundo o bombeiro Fernando Gil, de Itagüí, município da área metropolitana de Medellín, que ajudou nos trabalhos de resgate. Ele sofreu ferimentos no tórax e na perna direita e foi levado à clínica de La Ceja, onde passou por cirurgia.
Repórteres brasileiros e colombianos que estão em La Ceja relataram que o zagueiro Neto também sobreviveu e foi levado ao hospital da cidade. Médicos disseram que ele teve um hematoma craniano e passa por uma cirurgia. Seu estado de saúde é crítico.
Segundo a imprensa colombiana, o goleiro Danilo foi levado para o Hospital San Vicente, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele estava na lista inicial de sobreviventes.
Segundo a Aeronáutica Civil da Colômbia, também foram resgatados com ferimentos a aeromoça boliviana Ximena Suárez e o tripulante Erwin Tumiri, que deram entrada na Clínica Somer de Rionegro. Médicos disseram à Rádio Caracol que os dois estão fora de perigo.
Jornalistas e equipe da Chapecoense
Segundo a lista de passageiros, no avião estavam 22 jogadores de futebol, 28 dirigentes, membros da comissão técnica e convidados da equipe, além de 22 jornalistas brasileiros de emissoras de rádio e televisão, como Globo, RBS e Fox. Entre eles estão o comentarista e ex-jogador Mário Sérgio, o repórter Victorino Chermont, o comentarista Paulo Clement e o locutor Deva Pascovicci. A tripulação era boliviana, disseram autoridades aeroportuárias.
A aeronave era da empresa aérea boliviana LaMia e havia sido fretada pelo clube catarinense. O acidente aconteceu na região montanhosa conhecida como El Gordo, perto dos municípios de La Unión e La Ceja, no departamento colombiano de Antioquia.
O avião, um modelo BAE RJ85, da fabricante britânica British Aerospace 146, ficou completamente destruído. O piloto teria tentado um pouso forçado. As causas da queda não estão claras, e há relatos de falha elétrica e de que o combustível da aeronave tenha acabado.
Um repórter colombiano que estava no local relatou à Rádio Caracol que não havia sinais de incêndio e de explosão. O pouso forçado aconteceu num "pequeno cânion", onde há um campo aberto (potrero) cercado de mata, informou. Ele disse que os sobreviventes foram retirados da fuselagem.
Os trabalhos de resgate, que começaram já de madrugada, foram temporariamente interrompidos por causa da chuva e depois retomados, informou o repórter. Ele disse que havia de sete a oito corpos fora da fuselagem.
A equipe da Chapecoense viajava para Medellín, onde disputaria a primeira das duas partidas finais da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, da Colômbia, nesta quarta-feira. A partida foi suspensa pela Conmebol, bem como todas as atividades da confederação.
Inicialmente, a direção da Chapecoense planejava viajar diretamente de São Paulo, mas foi impedida pela Anac. Assim, decidiu embarcar num voo comercial, duas horas mais tarde, de Cumbica para Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Da cidade boliviana, o avião partiu rumo a Medellín.
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