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Quem é a nova ministra dos Direitos Humanos

Roberto Crescenti
10 de setembro de 2024

Macaé Evaristo é deputada estadual pelo PT e ex-secretária de Alfabetização, Diversidade e Inclusão no governo Dilma Rousseff. Ela assume a pasta no lugar de Silvio Almeida, exonerado após denúncias de assédio sexual.

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Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos
Macaé Evaristo nasceu em São Gonçalo do Pará, Minas Gerais, tem 60 anos e é prima da escritora Conceição Evaristo Foto: Mídia Ninja | CC BY-NC 2.0

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu nesta segunda-feira (09/09) a deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG) para o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Ela vai substituir o ex-ministro Silvio Almeida, exonerado do cargo na semana passada após uma série de denúncias de assédio sexual, as quais ele nega.

Evaristo se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira no Palácio do Planalto. A nova ministra disse ter recebido a indicação "com muita honra". "Nosso país tem grandes desafios e esse é um chamado de muita responsabilidade. Temos muito trabalho pela frente e sigo esperançosa, com o compromisso de uma vida na luta por direitos", afirmou.

Evaristo é formada em serviço social, possui mestrado em educação e é doutoranda na mesma área pela Universidade Federal de Minas Gerais. Ela leciona desde os 19 anos e é professora da rede municipal de educação de Belo Horizonte, onde já trabalhou na coordenação e direção de escola pública.

Foi também professora do Curso de Magistério Intercultural Indígena e coordenou o Programa de Implantação de Escolas Indígenas de Minas Gerais, no período de 1997 a 2003.

Carreira política

A nova ministra foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária municipal de Belo Horizonte (de 2005 a 2012) e também de secretária estadual (2015-2018) em Minas Gerais, sempre à frente da pasta da Educação.

Durante o período que atual como secretária estadual de Educação, 13 processos foram instaurados para investigar a compra de carteiras escolares, segundo o jornal Folha de S.Paulo. A reportagem revelou ainda Evaristo assinou em 2022 um acordo na Justiça de R$ 10,4 mil para encerrar as ações de impropriedade administrativa por suspeita de superfaturamento destas carteiras.

Ao jornal, ela afirmou que cumpriu as obrigações previstas no acordo. "Esses processos pelos quais respondi resultaram na celebração de acordos para resolução célere e eficiente sobre questões ligadas à administração pública. Destaco ainda que sempre colaborei com a Justiça de forma engajada, reafirmando meu compromisso com a transparência, responsabilidade e defesa do interesse público", disse, em nota.

Evaristo também atuou como secretária de Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação entre 2013 e 2014, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Sua atuação à frente da secretaria é considerada referência pela forma de tratar questões envolvendo o racismo e o combate a desigualdades.

Após as eleições de 2022, quando Lula conquistou o terceiro mandato para a Presidência, Evaristo foi integrante da equipe de transição, sendo cotada para um cargo no governo. Ela, porém, decidiu assumir seu mandato de deputada estadual, para o qual recebeu mais de 50 mil votos. Em 2020, ela se elegeu vereadora em Belo Horizonte.

A nova ministra é nascida em São Gonçalo do Pará, Minas Gerais, tem 60 anos e é prima da escritora Conceição Evaristo. O texto de sua biografia no portal de internet da Assembleia Legislativa mineira diz que ela "tem orgulho de sua ancestralidade e pretende seguir lutando contra o racismo estrutural e a favor de políticas públicas voltadas para a diversidade e a inclusão das mulheres e minorias".