Quem ajuda a conectar as famílias no Rio Grande do Sul?
8 de maio de 2024A enchente histórica que afeta o Rio Grande do Sul cortou cidades inteiras da malha viária, e a falta de energia desconectou moradores de serviços de telefonia e internet. Isso faz com que, às vezes, uma pessoa resgatada que já está em um abrigo ou outro local seguro não tenha condições de informar parentes, provocando dias de angústia.
A escala da tragédia dificulta o registro e processamento dos dados das pessoas resgatadas com rapidez. Em todo o estado, há cerca de 159 mil desalojados e 49 mil pessoas em abrigos, segundo boletim da Defesa Civil da terça-feira.
Para enfrentar parte desse desafio, voluntários vêm criando iniciativas que tentam conectar desaparecidos a entes queridos. Conheça algumas delas:
A plataforma reúne nome e sobrenome de pessoas que estejam em abrigos no Rio Grande do Sul. Os dados são incluídos por voluntários que, em muitos casos, conseguiram se deslocar a esses abrigos e acessar a internet para cadastrar as pessoas ali acolhidas.
Na manhã desta quarta-feira, a plataforma tinha 12.182 pessoas registradas, por 107 voluntários.
No Instagram há páginas similares focadas em cidades específicas, que tentam ajudar a localizar pessoas desaparecidas ou conectar famílias separadas. Algumas dessas páginas são Tô Salvo São Leopoldo, Tô Salvo Canoas e Tô Salvo Guaíba.
Outra iniciativa semelhante é o site Busca Resgatados, um agregador abastecido em tempo real com informações de bancos de dados variados.
Na manhã desta quarta-feira, o mecanismo consultava 32 bases de dados diferentes.
O perfil no Instagram serve como um canal para conectar crianças localizadas com seus pais em Porto Alegre e na região metropolitana. Os organizadores da página informaram que também estão em contato com o Conselho Tutelar.
Na manhã desta quarta-feira, a página tinha 99 mil seguidores.
Outra opção para tentar localizar pessoas em abrigos é acessar a página SOS RIO Grande do Sul. Ali está uma extensa relação de abrigos no estado e a forma de entrar em contato com eles.
A página também informa quais abrigos têm vagas disponíveis e quais estão lotados, e reúne informações sobre os itens que cada um precisa urgentemente por meio de doações, como roupas, água ou fraldas.
A localização de um familiar desaparecido causa alívio, mas também pode ser acompanhada de mais tensão se a pessoa estiver em uma área de risco e ainda aguardando resgate.
Para esses casos, um grupo de professores do Centro Universitários Ritter dos Reis (UniRitter) criou um aplicativo web chamado SOS RS, que cadastra as pessoas que precisam ser resgatadas, com sua localização, e conecta as informações com equipes da Defesa Civil ou com voluntários que também tenham se cadastrado, como por exemplo pessoas que tenham barcos ou jet ski.
Até terça-feira, o aplicativo já havia registrado mais de 800 pedidos de resgate.
bl (ots)