Rússia concede asilo a Edward Snowden por um ano
1 de agosto de 2013Após mais de um mês de limbo na área de trânsito do Aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, o técnico de informática Edward Snowden, delator do megaesquema de espionagem online americano, conseguiu nesta quinta-feira (01/08) asilo temporário da Rússia.
Procurado pelos Estados Unidos, Snowden estava no aeroporto desde 23 de junho, aonde chegou procedente de Hong Kong com a intenção de seguir viagem. Com o passaporte anulado pelas autoridades americanas, no entanto, foi forçado a ficar. Inicialmente, o asilo lhe dará o direito de permanecer um ano na Rússia. Ele já deixou o aeroporto.
"Snowden deixou o aeroporto. Acabamos de entregar a ele um documento que certifica que ele recebeu asilo temporário durante um ano na Rússia", disse Anatoli Kucherena, advogado do americano. "Ele está num local seguro. A sua localização não vai ser divulgada por razões de segurança, uma vez que ele é o homem mais procurado do planeta."
Durante as semanas que passou no aeroporto, Snowden pediu asilo político a mais de 20 países. Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua manifestaram disponibilidade de aceitar o pedido.
Ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA), Snowden revelou, em 10 de junho, em entrevista ao jornal britânico The Guardian, um programa de vigilância em massa de comunicações telefônica e via internet dos EUA.
Na última quarta-feira, com base em documentos fornecidos por Snowden, o jornal britânico mostrou como o sistema de vigilância informática denominado XKeyscore permite ao serviço de inteligência dos Estados Unidos monitorar "quase tudo o que um usuário típico faz na internet".
Segundo o Guardian, trata-se do programa mais abrangente operado pela NSA. Os documentos reforçaram as afirmações feitas por Snowden em sua primeira vídeo-entrevista ao jornal, quando ainda se encontrava em Hong Kong.
"Eu, sentado à minha escrivaninha, posso grampear qualquer pessoa, desde você ou seu contador, até um juiz federal ou até o presidente, se tiver um e-mail pessoal", declarara na ocasião o ex-consultor da CIA.
RPR/afp/ap/efe