Perto do fim
22 de agosto de 2011As forças rebeldes líbias avançaram até o centro de Trípoli, principal reduto do ditador Muammar Kadafi, e controlam a maior parte da cidade na manhã desta segunda-feira (22/08), segundo diversas fontes rebeldes citadas pela imprensa internacional.
Um porta-voz do movimento opositor, identificado como Nasser, afirmou à emissora Al Jazeera que tropas fiéis a Kadafi ainda controlam entre 15% e 20% da capital líbia. Segundo as agências de notícias, há um intenso tiroteio nas proximidades do complexo residencial de Kadafi em Trípoli. A Al Jazeera informou que o local estaria sendo protegido por tanques.
O paradeiro de Kadafi é incerto, mas uma fonte diplomática disse à AFP que ele pode estar entrincheirado no seu complexo residencial, no centro da capital líbia, conhecido como Bab al Aziziya. O local foi bombardeado várias vezes pela Otan desde o início da intervenção militar no país africano, mas é possível que o ditador esteja refugiado num bunker.
Os rebeldes anunciaram a captura do filho mais novo de Kadafi, Saif al-Islam, que é procurado pelo Tribunal Penal Internacional. O filho mais velho do ditador, Mohammed al-Kadafi, se entregou aos rebeldes e estaria com a família em sua residência.
Kadafi: "Eu estarei com vocês até o fim"
Durante a madrugada, o clima foi de festa na praça central de Trípoli, conhecida como Praça Verde e rebatizada pelos rebeldes como Praça dos Mártires. Verde é a cor associada ao governo de Kadafi. Uma multidão tomou conta do local para celebrar o iminente fim do regime ditatorial, que já dura mais de 42 anos.
Os rebeldes chegaram à Praça Verde durante a noite, exibindo bandeiras oposicionistas e dando tiros para o alto. Até há pouco tempo, o local era usado pelo ditador para promover manifestações de apoio ao seu regime.
Kadafi divulgou três mensagens de áudio ao longo deste domingo. Ele chamou os rebeldes de ratos e convocou a população líbia a defender o regime. "Estou dando ordens para abrir os armazéns de armas. Convoco todos os líbios para a luta. Aqueles que têm medo, passem suas armas para suas mães ou irmãs. Saiam, eu estarei com vocês até o fim. Eu estou em Tripoli. Vamos vencer", dizia uma das mensagens.
O porta-voz do governo, Mussa Ibrahim, declarou à imprensa que 1.300 pessoas foram mortas durante o ataque dos rebeldes a Trípoli. Esse número, no entanto, não foi confirmado por fontes independentes. Ibrahim disse ainda que haverá um massacre em Trípoli.
AS/rtr/afp
Revisão: Nádia Pontes