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Rebeldes sírios lançam ofensiva para romper cerco a Aleppo

1 de agosto de 2016

Insurgentes iniciam esforço para reverter domínio do regime sobre áreas ocupadas. Até agora, poucos civis usaram corredores humanitários abertos por Rússia e Síria para escapar da cidade sitiada.

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Rebeldes sírios nos arredores de Aleppo
Foto: picture alliance/abaca

Rebeldes sírios liderados por duas das mais poderosas forças jihadistas do país abriram na noite deste domingo (31/07) uma ofensiva contra o Exército sírio e milicianos apoiados pelo Irã no sudoeste de Aleppo, numa tentativa de reverter o cerco imposto pelo governo ao leste da cidade.

O grupo salafista Ahrar al-Sham e seu aliado Frente da Conquista do Levante – conhecida como Frente Al Nusra antes de se desvincular da rede terrorista Al Qaeda, na semana passada – tomaram uma série de territórios das mãos de forças do regime sírio, de milícias iranianas e do Hisbolá, ao sul e sudoeste de Aleppo.

O Exército sírio confirmou a ofensiva rebelde, mas disse ter repelido forças insurgentes de pontos estratégicos.

"Batalha longa e difícil"

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que monitora a violência no país árabe em meio à guerra civil que já dura cinco anos, afirmou que "vai ser uma batalha longa e difícil."

"O Exército é apoiado por um grande número de iranianos e combatentes do Hisbolá, para não mencionar os aviões russos", disse Rami Abdurrahman, chefe do observatório, sediado em Londres.

Em meados de julho, o Exército sírio e milicianos apoiados pela Rússia cercaram o leste de Aleppo, região até então controlada pelos rebeldes, onde dezenas de milhares de civis continuam morando. Foi um grande golpe contra a oposição, que controla a parte oriental da cidade desde 2012.

Conquistar Aleppo inteiramente, que era a maior cidade síria antes da guerra, seria uma grande vitória para o presidente Bashar al-Assad. Ao mesmo tempo, reabrir as linhas de abastecimento à cidade poderia manter a rebelião viva.

O papel da Frente da Conquista do Levante também levanta questões sobre o relacionamento do grupo jihadista com outras facções rebeldes. O distanciamento da Al Qaeda na semana passada é visto por muitos analistas e pelos EUA como nada mais do que um esforço para esconder as ligações ideológicas e operacionais entre a Frente da Conquista do Levante e o movimento jihadista global.

Os EUA vêm pressionando os grupos rebeldes para se distanciarem da antiga Frente Al Nusra e, ao mesmo tempo, discutem com a Rússia uma cooperação contra o grupo terrorista.

Rússia e Síria argumentam que as facções rebeldes apoiadas pelos EUA estão próximas da Al Nusra e operam no mesmo campo de batalha, tornando-os, assim, alvos legítimos. Negociações internacionais anteriores falharam em parte por conta do contínuo bombardeio russo e sírio contra os chamados rebeldes moderados, que têm ligações com a Al Nusra.

Corredores humanitários

A ofensiva em Aleppo ocorre dias após Síria e Rússia abrirem corredores humanitários no norte do país para permitir que 250 mil civis fujam da cidade sitiada e dar uma chance para que os combatentes rebeldes se rendam. Até agora, poucos moradores da região usaram essas vias.

A oposição rejeitou os corredores controlados pelos russos, afirmando que eles não seriam nada mais do que propaganda e guerra psicológica. A ONU expressou preocupação com o fato de os corredores poderem ser usados para despovoar a cidade e ajudar, assim, as forças do governo a recapturar áreas das mãos dos rebeldes.

FC/afp/rtr