Tanques em Banias
7 de maio de 2011Anúncio
A oposição síria pela primeira vez apresentou uma lista de exigências para encerrar os protestos, sete semanas depois do início das manifestações contra o regime do presidente Bashar al-Assad. As exigências incluem a realização de eleições em seis meses, mas não a imediata renúncia do presidente.
A lista foi divulgada numa página do Facebook intitulada Syrian Revolution 2011. Os oposicionistas pedem o fim da violência contra os manifestantes, a libertação de todos os presos políticos e a retirada de pôsteres e cartazes do presidente e de seu pai e antecessor, Hafez al-Assad.
A oposição apela ao presidente, afirmando que ele pode se tornar o orgulho da Síria se conduzir o país de uma ditadura para uma democracia. "Os sírios lhe seriam gratos, e isso pode ser feito", conclui o texto.
A lista foi divulgada numa página do Facebook intitulada Syrian Revolution 2011. Os oposicionistas pedem o fim da violência contra os manifestantes, a libertação de todos os presos políticos e a retirada de pôsteres e cartazes do presidente e de seu pai e antecessor, Hafez al-Assad.
A oposição apela ao presidente, afirmando que ele pode se tornar o orgulho da Síria se conduzir o país de uma ditadura para uma democracia. "Os sírios lhe seriam gratos, e isso pode ser feito", conclui o texto.
Ainda longe da revolução
Analistas veem nas exigências um sinal de que a oposição não está obtendo sucesso na luta contra o regime. "Não alcançamos o nível de uma verdadeira revolução popular e não há consenso sobre os meios necessários para mudar as coisas", declarou à agência de notícias AFP o chefe de uma organização de direitos humanos no país, que pede para ficar no anonimato.
Até agora, os protestos conseguiram reunir apenas algumas dezenas de milhares de pessoas pelo país de 22 milhões de habitantes. "O número de manifestantes não impressiona, mas a calma não voltou a nenhuma das regiões onde ocorreram demonstrações", disse o pesquisador Thomas Pierret, do Centro Oriente Moderno, em Berlim.
"A revolução apenas será bem-sucedida se conseguir mobilizar uma massa crítica em áreas estratégicas pelo país, mas até o momento estamos bem longe disso", acrescentou. Um diplomata ocidental baseado em Damasco disse à AFP que os protestos contam com apoio popular, mas muitas pessoas têm medo da reação violenta do regime.
Tanques e soldados em Banias
O regime não dá sinais de ceder. Neste sábado, tanques e soldados avançaram sobre a cidade costeira de Banias, no norte do país. Testemunhas dizem que foram disparados tiros contra manifestantes que tentavam conter o avanço dos tanques com uma corrente humana. Ao menos três mulheres foram mortas pelas forças de segurança, segundo ativistas de direitos humanos.
Autoridades sírias também cortaram o fornecimento de energia, as linhas de telefone e as conexões com a internet na cidade. Uma testemunha relatou à emissora Al Jazeera que o comércio fechou e os moradores não deixaram suas residências.
Há cerca de duas semanas o Exército sírio impôs cerco semelhante à cidade de Daraa, no sul do país. As duas cidades são consideradas bastiões da oposição ao regime de Assad.
Durante os protestos de sexta-feira, forças de segurança mataram pelo menos 20 pessoas. Também membros do Exército e da polícia teriam sido fuzilados durante um ataque à mão armada perto de Homs. Cerca de 800 pessoas já morreram desde o início dos protestos, em meados de março, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.
AS/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente
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