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ConflitosSíria

Regime sírio perde controle de Aleppo

1 de dezembro de 2024

ONG afirma que regime de Bashar al-Assad deixou de ter poder sobre segunda cidade da Síria. Jatos russos continuam bombardeios contra rebeldes.

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Rebeldes em frente à sede da Universidade de Aleppo
Rebeldes em frente à sede da Universidade de AleppoFoto: Mahmoud Hasano/REUTERS

O regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, perdeu completamente o controle de Aleppo, a segunda cidade do país, afirmou uma ONG neste domingo (01/12).

Segundo Rami Abdel Rahman, chefe do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o grupo Hayat Tahrir al Sham (ou Organização para a Libertação do Levante), antigo ramo sírio da rede terrorista Al Qaeda, e outras facções rebeldes aliadas "controlam a cidade de Aleppo, com exceção dos bairros controlados pelas forças curdas".

"Pela primeira vez desde o início do conflito [...], a cidade de Aleppo escapa do controle das forças do regime sírio", disse Rahman, em entrevista à agência de notícias AFP. Sediado no Reino Unido, o OSDH tem uma extensa rede de colaboradores na Síria.

Na quarta-feira passada, o grupo islâmico Organização para a Libertação do Levante, juntamente com outras facções apoiadas pela Turquia, iniciou uma ampla ofensiva surpresa no norte da Síria e conseguiu expulsar de grandes regiões do norte as forças do governo, que são apoiadas pela Rússia e pelo Irã.

A operação coincidiu com a entrada em vigor de um frágil cessar-fogo no vizinho Líbano entre Israel e o movimento pró-iraniano Hezbollah, após dois meses de guerra aberta.

O Exército sírio afirmou que prepara um contra-ataque, ao mesmo tempo em que bombardeia, com a ajuda da aviação russa, aliada do presidente Bashar al-Assad, posições da oposição na tentativa de repelir seu avanço.

Homem levanta as mãos, em pé, dentro de cabine de caça
Rebelde jihadista em jato do governo sírio após tomada de base aérea em AleppoFoto: AREF TAMMAWI/AFP

Bombardeios matam civis

Neste domingo, pelo menos cinco civis morreram e mais de 50 ficaram feridos em ataques efetuados por caças russos e sírios na província de Idlib, principal reduto da oposição do país, localizada no noroeste do território.

Segundo comunicou o grupo de resgate Capacetes Brancos na rede social X, quatro civis, incluindo uma mulher, perderam a vida e outros 54 ficaram gravemente feridos, a maioria crianças, em bombardeios de aviões do Exército regular sírio contra Idlib, incluindo campos de deslocados.

"Esta é uma avaliação não definitiva dos brutais ataques aéreos dos aviões de guerra do regime que tiveram como alvo bairros da cidade de Idlib, dois campos para pessoas deslocadas, instalações sanitárias e educativas e mercados na cidade", afirmou o grupo.

Por sua vez, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que outro civil foi morto e vários ficaram gravemente feridos em cinco ataques aéreos da aviação russa contra um campo de deslocados no bairro de Al Jamaa, também em Idlib.

A ONG detalhou que os bombardeios russos se concentraram nos bairros de Murk, Jan Shayjuon, Kafr Nebl, Hazarin e Tel Kawkabah, bem como nos arredores da cidade vizinha de Hama, onde não se sabe por enquanto se houve vítimas.

md/as (Efe, AFP)