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SaúdeEspanha

Reino Unido impõe quarentena a turistas da Espanha

26 de julho de 2020

Novos focos de covid-19 e aumento dos contágios em várias regiões são justificativa de Londres para medida, que representa duro golpe para o turismo espanhol. Chanceler insiste: "Espanha é segura."

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Passageiros de máscara protetora em aeroporto
Viajantes aguardam check-in no Aeroporto de HeathrowFoto: Getty Images/AFP/D. Leal-Olivas

O governo do Reino Unido excluiu a Espanha da lista de países seguros e isentos de quarentena no contexto da pandemia do coronavírus. Assim, os viajantes procedentes de lá deverão se isolar durante 14 dias após chegar ao território britânico, comunicou o Ministério dos Transportes britânico.

A medida entrou em vigor à 00h00 deste domingo (26/07) e se aplica a todo o território espanhol, incluindo as ilhas Baleares e Canárias. Quem desrespeitar a determinação poderá ser multado em até mil libras (R$ 6,6 mil). A decisão do governo britânico vem em reação aos novos focos de covid-19 e aumento dos contágios em várias regiões espanholas. Na sexta-feira, a Noruega já anunciara uma quarentena de dez dias para quem retornem da Espanha, enquanto a França urgiu seus cidadãos a evitarem a Catalunha.

Como uma das mais afetadas por novos surtos da doença, essa região do Norte espanhol contabilizou 1.493 casos e três mortes relacionadas à doença nas últimas 24 horas. Para lidar com a situação, nos próximos 15 dias permanecerão fechadas boates e casas de festas da capital regional Barcelona e sua área metropolitana, além de estabelecimentos nas províncias de Lérida e Girona. O governo catalão também aconselha o autoisolamento a seus cidadãos.

A ministra espanhola do Exterior, Arancha González Laya, protestou contra a decisão de Londres, afirmando: "A Espanha é segura, é segura para os espanhóis, é segura para os turistas", e apelando sobretudo para a exclusão das Baleares e Canárias da imposição de quarentena. Ela acrescentou que seu governo também tomará medidas quanto a outros países, com base em dados epidemiológicos, mas descartou que vá haver retaliação.

A exclusão da lista de países seguros da Espanha, principal destino de férias dos britânicos, implicará uma mudança dos planos de verão para muitos, com repercussões nos setores turísticos espanhol e britânico. O porta-voz do Partido Trabalhista britânico Nick Thomas-Symonds, de oposição, reconheceu que a notícia "será muito preocupante para quem se encontra na Espanha e planejava ir para lá", e pediu ao governo que crie um plano para lidar com os cidadãos nessas situações.

A decisão representa um duro golpe para o turismo da Espanha, que apenas começa a se reanimar após a proibição total de viagens. Com 20%, os britânicos representam o mais importante grupo nacional para o setor responsável por 12% do PIB espanhol.

O país de 47 milhões de habitantes já registrou mais de 272 mil casos de covid-19 e 28 mil óbitos relacionados, segundo dados da Universidade de Medicina Johns Hopkins.

Portugal também continua fora dos corredores de viagens que isentam os passageiros de quarentena na chegada ao Reino Unido. Por outro lado, esta semana Londres adicionou à lista cinco países – Estônia, Letônia, Eslováquia, Eslovênia e Ilhas de St. Vincent, nas Caraíbas – na sequência de uma avaliação dos riscos de infeção com covid-19.

O ministro das Relações Exteriores, Augusto Santos Silva, considerou "absurda" e "errada" a exclusão de Portugal dos corredores de viagens, e sugeriu um impacto nas relações bilaterais. A lista inclui França e Alemanha, por exemplo, mas não os Estados Unidos.

AV/lusa,efe,rtr

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