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Educação na Alemanha

Agências (rw)13 de junho de 2008

Muitos alemães abandonam a escola muito cedo. Baixo número de universitários e déficits na oferta de aperfeiçoamento profissional são outros problemas apontados por estudo feito na Alemanha.

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Muitos escolares interrrompem os estudosFoto: picture-alliance/dpa

Ao apresentar o estudo sobre a situação do ensino na Alemanha, nesta quinta-feira (12/06), Annegret Kram-Karrenbauer, que preside a comissão de secretários alemães de Educação, salientou que o principal problema no país é o grande número de jovens que deixam a escola precocemente, antes mesmo dos testes para o primeiro tipo de certificado escolar.

A cada ano, 80 mil jovens interrompem os estudos nestas condições, assinalou Eckard Klieme, responsável pela pesquisa realizada para as Secretarias estaduais de Educação. Os grandes perdedores são acima de tudo escolares com ascendência estrangeira e do sexo masculino.

Também os adolescentes com certificado de conclusão da Hauptschule enfrentam dificuldades profissionais. A Hauptschule, um dos três tipos de escola secundária na Alemanha, oferece formação geral básica e prepara a criança para uma futura profissionalização. Segundo o relatório, 40% dos alunos costumam não encontrar uma profissão adequada até 30 meses após a conclusão da escola.

Os responsáveis pelo estudo assinalam também que, embora teoricamente possível, na prática são pequenas as chances de mudar de um tipo de escola para o outro, depois que se começou a estudar numa Hauptschule, Realschule, Gesamtschule ou Gymnasium.

Menos investimentos em educação

Uma das causas do problema pode ser o fato de os investimentos governamentais em educação serem proporcionalmente cada vez menores. Em dados absolutos, as verbas para educação aumentaram 15 bilhões de euros entre 1995 e 2006. Considerando, no entanto, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), sua parcela no orçamento federal diminuiu de 6,9% para 6,2%.

Deutschland Bildung Schule Schüler Physik
Cada vez menos formandos em FísicaFoto: AP

Desta maneira, a Alemanha continua abaixo da média em termos de gastos com educação entre os países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O relatório adverte para o perigo de escassez de profissionais em determinadas áreas, devido ao baixo número de universitários e à alta cota de alunos que abandonam cursos como Engenharia Mecânica, Química, Informática, Matemática e Física.

Quanto ao atendimento pré-escolar, os jardins-de-infância do Oeste alemão já estão à frente dos do Leste da Alemanha. A estatística mostra que, enquanto no Leste uma profissional especializada é responsável por 12,5 crianças, no Oeste a proporção média é de uma para 10 crianças.

O estudo aponta também um aumento no número de estabelecimentos que atendem crianças menores de três anos. Desde 2002, seu número aumentou de 7 mil para 12 mil. Até 2013, o governo alemão quer garantir vagas em creches para 33% das crianças com menos de três anos no país.

O estudo é feito a cada dois anos. Ele é uma conseqüência da má colocação da Alemanha no estudo Pisa em 2001. O primeiro relatório, de 2006, teve a migração como tema principal. O atual analisou em primeira linha as transições do ensino fundamental ao nível secundário, passando à qualificação e, por fim, à profissão.