Respirando história em Worms
23 de julho de 2005Worms é, ao lado de Trier, a cidade mais antiga da Alemanha. Uma cidade onde viveram celtas e romanos às beiras do Rio Reno, além de ter sido um dos destinos preferidos de imperadores, reis e clérigos. Hoje, a Idade Média está ainda presente em suas ruas, como, por exemplo, através da catedral românica da cidade, construída no século 12.
Visita multimídia ao mundo da mitologia
A catedral de Worms é também conhecida por ser o cenário da Canção dos Nibelungos, na qual um poeta desconhecido descreve, em torno do ano de 1200, a epopéia heróica de ascensão e queda do Reino da Burgundia. Através da ópera de Richard Wagner, O Anel do Nibelungo, a história se tornou mundialmente conhecida.
Muito do que se vê hoje pelas ruas de Worms lembra a Canção dos Nibelungos: nomes de ruas, monumentos e o Festival dos Nibelungos, que acontece todo verão. Nas torres medievais da cidade fica o Museu dos Nibelungos, que convida o visitante a uma visita multimídia ao mundo da mitologia.
Idade Média
Worms é a cidade dos nibelungos e dos imperadores por excelência. Desde o fim do século 15, foi sede de oito assembléias nacionais do Reich, durante as quais, sob a égide do imperador, estiveram reunidos príncipes, bispos, condes e representantes das cidades livres do império.
Durante esses encontros, que duravam geralmente várias semanas, foram tomadas várias decisões importantes e políticas. Foi aí também que o reformador Martinho Lutero se apresentou ao imperador, tendo se recusado a revogar seus escritos, que marcaram a Reforma Protestante do ano de 1521.
Destruída em várias guerras
A fama de Worms se deve também a outros fatores: como uma das cidades maiores e mais ricas, ela foi extremamente destruída tanto durante a Guerra dos Trinta Anos, quanto nas guerras de sucessão entre as dinastias que se sucederam. Depois disso, foram necessários cem anos até que a cidade se recuperasse.
No entanto, foram poucas as edificações deste tempo que passaram incólumes aos bombardeios aéreos da Segunda Guerra Mundial. No pós-guerra, o centro da cidade foi reconstruído e vários monumentos históricos restaurados.
Vida judaica
O mesmo aconteceu com a sinagoga da cidade, que é a mais antiga da Alemanha. Desde o século 10, Worms foi um dos centros mais importantes da vida judaica no país. Durante o nazismo, a história milenar dos judeus na cidade foi simplesmente eliminada. Hoje, a sinagoga reconstruída em 1960, o Museu Judaico e o antigo cemitério lembram a tradição dos judeus na cidade.
Nos rastros do passado
É inegável que, ao passar por Worms (que tem 80 mil habitantes), os visitantes (cerca de 250 mil por ano) respiram resquícios da história. O turismo passou a ser uma das principais fontes de renda da região. Fazendo com que os próprios moradores aceitem sem problemas e até se sintam orgulhosos do fato de que o passado da cidade é mais interessante do que o próprio presente.