22 de março de 2002
A resseguradora Münchener Rück (Munich Re) está otimista quanto às perspectivas para este ano, apesar de uma forte queda nos lucros em 2001, após prejuízos de vários bilhões de dólares causados pelos atentados terroristas nos EUA. O lucro da maior resseguradora do mundo ficou reduzido a 250 milhões de euros no ano passado, após 1,75 bilhão no ano 2000, anunciou a empresa, nesta sexta-feira, em Munique, após uma reunião do conselho administrativo. A Munich Re só conseguiu manter-se em números positivos graças a efeitos extraordinários que representaram 830 milhões de euros em seus cofres.
Não obstante, serão pagos dividendos de 1,25 euro, como nos anos anteriores. A receita de prêmios aumentou 16% para 36 bilhões de euros. Este ano, deverá totalizar 40 bilhões de euros.
Prejuízos de US$ 52 bilhões após atentados - Os atentados de 11 de setembro deixaram um rombo para as seguradoras que veio aumentando a cada mês, até chegar a 52 bilhões de dólares em março. Não se trata apenas do seguro pelos edifícios destruídos, o pagamento de seguros de vida, indenizações e aposentadorias aos familiares das vítimas, mas também da suspensão de atividades de empresas e seguros contra terceiros.
O atentado contra o World Trade Center demonstrou que "o risco de terrorismo basicamente não é calculável". "Como pode levar empresas à ruína, em casos extremos, não é passível de seguro", disse Bernd Michaels, presidente da Federação Alemã de Seguradoras, há alguns dias, durante uma conferência sobre o tema, em Munique.
Novo seguro e aviação - Diante dos crescentes riscos de terrorismo, as companhias alemãs de seguro e as resseguradoras planejam um novo tipo de seguro contra riscos de atos terroristas, que será aplicado a grandes indústrias e complexos, arranha-céus, usinas e instalações semelhantes. Elas entrariam com 1,5 bilhão de euros e iriam providenciar idêntica quantia no mercado internacional de seguros. O que exceder os 3 bilhões de euros, teria que ser coberto por uma garantia estatal.
Na Alemanha, o governo apenas prolongou, na quarta-feira (20), por mais 60 dias, as garantias dadas à aviação civil, referentes a riscos de atos de terrorismo. Mas basicamente pretende que isso também fique por conta das linhas aéreas e companhias de seguros.