Ricos ficam mais pobres
4 de março de 2003Sem dúvida que a atual situação econômica mundial não deixa imune o reino dos ricos. Embora tenha sofrido uma redução de seu patrimônio nos últimos doze meses, a maioria continua figurando na invejável lista que reúne os mais abastados do mundo, como os alemães Karl e Theo Albrecht, donos da rede de supermercados de baixo preço Aldi, com filiais em todo o país.
Os irmãos lideram o ranking da Alemanha e estão em terceiro lugar na relação mundial. "Quanto pior para as pessoas tanto melhor para nós", revelou Anna Albrecht, a matriarca, definindo assim o sucesso do Aldi, cuja estratégia é vender produtos de qualidade a preços bem em conta.
Nessa época de crise, até as classes média e alta descobriram as vantagens desse tipo de supermercado que, além do sortimento fixo, também oferece em sistema rotativo artigos de ocasião por preços imbatíveis, como computadores, roupas e câmeras fotográficas.
O aumento da clientela e do faturamento fizeram com que os irmãos Albrecht garantissem a terceira colocação em âmbito mundial na lista publicada pela revista Forbes, com um patrimônio de 25,6 bilhões de dólares, atrás apenas de Bill Gates, fundador da Microsoft, que continua sendo o homem mais rico do mundo (40,7 bilhões de dólares). Em segundo lugar, está Warren Edward Buffett, maior acionista da Coca-Cola, com 30,5 bilhões de dólares. Em relação ao ano passado, Gates e Buffett perderam cerca de 10 e 5 bilhões, respectivamente.
Multimilionários alemães
Embora 222 dos 476 ricaços vivam nos Estados Unidos, os irmãos Albrecht não são os únicos multimilionários alemães. Outros 42 também fazem parte do seleto clube, oito a mais do que em 2002, demonstrando que a crise não afeta a todos por igual.
O primeiro da lista alemã é Theo Albrecht, que comanda a rede Aldi setor norte, com uma fortuna de cerca de 15 bilhões de dólares, seguido das famílias Boehringer e von Baumbach, donas do grupo farmacêutico Boehringer Ingelheim, com 14,4 bilhões de dólares. Em terceiro, está Karl Albrecht, responsável pelo Aldi setor sul, com quase 13 bilhões de dólares.
O ex-magnata da mídia, Leo Kirch, que no ano passado ainda figurava na lista Forbes com 1 bilhão de euros, ficou de fora em 2003. Outros, entretanto, conseguiram conquistar espaço na nata da sociedade alemã. A família Herz, que comanda a maior empresa de comercialização de café do país, a Tchibo, possui uma fortuna avaliada em 1,7 bilhão de euros.
Os irmãos Paul e Hans Riegel, fundadores da Haribo, fábrica de balas que está conquistando o mundo com seus produtos, possuem 1,6 bilhão de dólares. Heinz-Horst Deichmann, dono da cadeia de sapatos que leva seu nome, e Klaus-Michael Kühne, da transportadora Kühne & Nagel, tem, cada um, um patrimônio de 1,1 bilhão de dólares.
Outros ricaços que ainda continuam em destaque são a família Oetker, do ramo alimentício, com 5,5 bilhões de dólares; a família Quandt, da BMW, com quase 8 bilhões de dólares e o empresário de mídia, Hubert Burda, com 2,9 bilhões de dólares.
Mais novo e mais velho
A lista de bilionários revela ainda quem são os ricos com menos e com mais idade. O mais jovem multimilionário tem 19 anos, o alemão Albert von Thurn und Taxis, herdeiro de uma fortuna de 1,5 bilhão de dólares. O mais velho é o americano John Simplot, de 92 anos, que conseguiu montar um patrimônio de 2, 2 bilhões de dólares com o comércio de batatas.