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Confrontos no Rio

28 de novembro de 2010

Forças policiais e militares invadem o Complexo do Alemão e apreendem bens e armas do narcotráfico.

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Forças policiais ocupam complexo de favelas no RioFoto: AP

No Rio de Janeiro, as Forças Armadas e a polícia ocuparam o Complexo do Alemão, afirmando se tratar de uma "libertação" do complexo de favelas, similar ao desembarque das forças aliadas no norte da França ao fim da Segunda Guerra Mundial. A comparação gerou críticas nas redes sociais e em parte da imprensa nacional.

Desde a última sexta-feira (26/11), policiais e soldados cercaram o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, constituído de 15 favelas e 400 mil habitantes. No sábado, a polícia havia dado um ultimato para que os criminosos se rendessem.

Os tiroteios prosseguiram no decorrer do domingo. Um dia antes, traficantes atiraram em um helicóptero da polícia que sobrevoava o local, provocando uma troca de tiros com policiais. Durante a última semana, os confrontos na cidade causaram a morte de mais de 40 pessoas e a detenção de aproximadamente 200 suspeitos.

Experiência em missões internacionais

Kampf gegen Drogenbosse in Rio de Janeiro
Polícia escolta detidoFoto: AP

Em grande parte, os soldados envolvidos na ocupação têm experiência com guerrilha urbana e estiveram estacionados no Haiti como capacetes azuis em missão das Nações Unidas. Estima-se que 20 mil homens foram mobilizados na ocupação do Alemão.

O comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Mário Sérgio Duarte, ressaltou "a vitória" das forças policiais. "Libertamos os habitantes do Alemão", afirmou. No decorrer do fim de semana, centenas de policiais e soldados bloquearam as 44 vias de acesso às favelas da área.

Muitos habitantes do local abandonaram suas casas antes da ocupação da polícia, levando não apenas pertences pessoais, mas também móveis e eletrodomésticos.

"Atmosfera de total segurança"

Kampf gegen Drogenbosse in Rio de Janeiro
Drogas e armas apreendidasFoto: AP

Em parte da mídia internacional, os confrontos ocorridos no Rio de Janeiro foram associados a uma "guerra civil". Além disso, alguns órgãos de imprensa questionaram a segurança da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos.

As instituições esportivas não se deixam, contudo, intimidar pelos fatos recentes. As Olimpíadas de 2016 vão acontecer em "uma atmosfera de total segurança", acentuou Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI). Segundo ele, as operações policiais são "uma clara demonstração de que a política de segurança pública do governo do estado do Rio de Janeiro está no caminho certo".

Brasilien Rio de Janeiro Panzer in der Stadt
Símbolo da Confederação Brasileira de Futebol: na mira da políciaFoto: AP

O COI divulgou um comunicado oficial, afirmando que tanto a cidade do Rio de Janeiro quanto o Brasil como um todo já demonstraram que o país tem condições de realizar eventos internacionais de grande porte.

A nota ainda acentuou que, embora o Comitê tenha total confiança no governo brasileiro quanto à solução desses problemas, não se deve esquecer de que a segurança ficará inteiramente nas mãos das autoridades do país.

SV/afp/dpa

Revisão: Simone Lopes