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Rodrigo Pacheco é reeleito presidente do Senado

1 de fevereiro de 2023

Apoiado por Lula, senador do PSD teve 49 votos contra 32 de Rogério Marinho (PL), que tinha o apoio de Bolsonaro.

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Rodrigo Pacheco
Pacheco prometeu cumprir o mandato com "humildade, responsabilidade e comprometimento"Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Por 49 votos a 32, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito presidente do Senado nesta quarta-feira (01/02) por mais dois anos. Ele derrotou Rogério Marinho (PL-RN), candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pacheco era considerado o favorito e tinha o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para vencer, eram necessários os votos de 41 dos 81 senadores.

Pouco antes do início da votação, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) retirou a candidatura e anunciou apoio a Marinho. Ele justificou que, desta forma, haveria mais chances de alternância de poder.

Há cerca de uma semana, esperava-se uma vitória do senador do PSD por 55 votos, uma margem maior do que a obtida. Marinho contava com "traições" para virar o jogo. As traições, senadores que contrariam a orientação de apoio do seu partido, ocorreram, mas não foram suficientes.

Pacheco foi eleito presidente do Senado pela primeira vez em 2021, com o apoio de seu antecessor, Davi Alcolumbre (União-AP). No começo do mandato tentou manter uma posição de neutralidade em relação ao governo de Jair Bolsonaro e conseguiu viabilizar pautas importantes para o Planalto.

No entanto, à medida que ameaças golpistas se intensificaram por partes de membros do bolsonarismo, se afastou do ex-presidente e, por várias vezes, defendeu publicamente a democracia, a legitimidade das eleições e a confiança nas urnas eletrônicas.

Defesa da democracia

Logo após a vitória desta quarta, Pacheco prometeu cumprir o mandato com "humildade, responsabilidade e comprometimento". 

"Buscarei sempre desempenhar esse papel [de presidente do Senado] em obediência à Constituição federal", destacou.

Ele condenou o que chamou de "polarização tóxica" vigente no Brasil e atribuiu a ela os atos golpistas de 8 de janeiro, afirmando que tais acontecimentos "não podem e não vão se repetir".

"Os brasileiros precisam voltar a divergir civilizadamente, precisam reconhecer com absoluta sobriedade quando derrotados e precisam respeitar a autoridade das instituições públicas. Só há ordem se assim o fizerem. Só há patriotismo se assim o fizerem. Só há humanidade se assim o fizerem", disse para, em seguida, atribuir à classe política a responsabilidade de combater práticas antidemocráticas.

"O discurso de ódio, o discurso mentiroso, o discurso golpista deve ser desestimulado, desmentido e combatido. Lideranças políticas que possuem compromisso com o Brasil sabem disso. Lideranças políticas que possuem compromisso com o futuro do Brasil não podem se omitir nesse momento", frisou.

"E o recado que o Senado Federal dá ao Brasil agora é que manteremos a defesa intransigente da democracia", destacou.

"Buscarei sempre desempenhar esse papel [de presidente do Senado] em obediência à Constituição federal", destacou.

Vista geral do Plenário do Senado, com muitas pessoas
Um terço do Senado foi renovado na eleição de outubroFoto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Posse de 27 senadores

Antes da escolha do novo presidente, os 27 senadores eleitos em outubro – um por cada unidade da federação – tomaram posse, durante a chamada reunião preparatória para a primeira sessão legislativa.

Nas eleições passadas, um terço do Senado foi renovado. Os outros dois terços permanecem com os mandatos até 2026.

Dos 27 senadores que tomam posse, cinco já exercem mandato na Casa e foram reeleitos: Davi Alcolumbre (União-AP), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Romário (PL-RJ) e Wellington Fagundes (PL-MT). Cada um dos 27 senadores eleitos firmou, em poucas palavras, seus compromissos com o país e com seus estados.

Entre os senadores eleitos, quatro foram escolhidos pela gestão Lula para chefiar ministérios: Flávio Dino (PSB-MA) na Justiça, Wellington Dias (PT-PI) no Desenvolvimento Social, Camilo Santana (PT-CE) na Educação e Renan Filho (MDB-AL) nos Transportes.

Como a Constituição determina que parlamentares que assumem cargos de ministro não perdem o mandato no Congresso Nacional, eles também foram empossados. No entanto, quem assumirá as cadeiras são seus suplentes. 

Presença de Michelle Bolsonaro

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro acompanhou a posse dos novos senadores. Na campanha eleitoral, ela apoiou a candidatura da ex-ministra da Mulher Damares Alves ao Senado, que tomou posse nesta quarta. Michelle também vinha atuando para a eleição de Marinho à presidência da Casa.   

Questionada se Jair Bolsonaro teme ser preso, Michelle respondeu: "Não é ele que tem que ter medo de ser preso".

Bolsonaro está nos Estados Unidos, para onde viajou pouco antes da posse de Lula.

le (Agência Senado, AgBR, ots)