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Viagem

Roteiro de três dias em Essen e Vale do Ruhr

Das chaminés aos arranha-céus de escritórios, paisagem urbana da antiga área mineradora alemã mostra história milenar marcada pelo legado industrial. Veja o que se pode visitar nesta região voltada para o futuro.

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Bildergalerie Das Ruhrgebiet leuchtet
Zollverein: antiga mina de carvão é hoje Patrimônio Mundial da Humanidade no Vale do RuhrFoto: picture alliance/blickwinkel/S. Ziese

Com uma área de quase 4,5 mil quilômetros quadrados, a Associação Regional do Ruhr (Regionalverband Ruhr), com sede em Essen, engloba as cidades de Bochum, Bottrop, Dortmund, Duisburg, Essen, Gelsenkirchen, Hagen, Hamm, Herne, Mülheim an der Ruhr e Oberhausen, além dos municípios de Recklinghausen, Unna, Wesel e Ennepe-Ruhr.

Em Essen, chaminés deram lugar a arranha-céus
Em Essen, chaminés deram lugar a arranha-céusFoto: Imago/J. Tack

Essen é o polo econômico da região metropolitana do Vale do Ruhr, com seus mais de 1.150 anos de história. Ali se encontra a sede de oito das cem maiores empresas alemãs.

Com a mudança estrutural que o Vale do Ruhr vem passando nas últimas décadas, a cidade também se tornou um centro de serviços, onde os arranha-céus substituíram as chaminés.

Além de uma história milenar marcada por seu legado industrial, Essen e o Vale do Ruhr oferecem ao visitante uma infinidade de atrações. Veja aqui algumas sugestões de passeios.

1° Dia: Centro, Margarethenhöhe e Castelo Borbeck

Comece seu primeiro dia no Vale do Ruhr subindo na torre da prefeitura (Rathaus) no centro de Essen. Uma visita guiada leva o visitante ao 22°andar, com uma visão panorâmica sobre a cidade e seu moderno skyline. Ali você vai entender melhor a mudança pela qual essa região, historicamente conhecida por sua produção de carvão e aço, tem passado nas últimas décadas.

A catedral de Essen (Essener Dom) se encontra ali ao lado. Foi em torno dessa igreja-salão românica fundada em 852 que a cidade se desenvolveu. A abadia foi construída para atender às filhas e viúvas dos nobres da região. Embora elas pudessem sair para casar, na Idade Média, muitas mulheres preferiam o claustro a um bruto senhor feudal.

#DailyDrone: Villa Hügel

Com suas torres oitavadas e planta em hexaedro, a parte mais antiga do prédio românico lembra a Igreja de Santa Sofia, em Istambul. Entre os tesouros da catedral está a Goldene Madonna (Nossa Senhora Dourada). Executada por volta do ano 980, ela é a mais antiga estátua da Virgem Maria conhecida no mundo ocidental.

Aproveite o resto do seu dia para visitar a cidade-jardim Margarethenhöhe e o castelo barroco Schloss Borbeck.

Situado no bairro homônimo, o conjunto habitacional Margarethenhöhe foi construído a partir de 1909 como primeiro exemplo de habitação social correta na Alemanha. Essa obra de arte total é administrada pela Fundação Margarethe Krupp, esposa do industrial Friedrich Alfred Krupp, que deu nome ao bairro.

Tombadas pelo Patrimônio Histórico, as suas 935 edificações abrigam em 115 hectares mais de 3 mil moradias, espalhadas em alamedas com arcadas, fachadas verdes, jardins e uma praça central com uma fonte.

Mais profano, mas não menos belo, é o Schloss Borbeck (Castelo Borbeck), situado no bairro homônimo de Essen. Cercado por um fosso d'água, o prédio abrigava desde o século 14 a residência das abadessas reais (Fürstäbtissinnen) da cidade.

O prédio atual foi construído em meados do século 18 no estilo barroco e hoje é utilizado para casamentos, eventos culturais e educativos. Além de uma visita à exposição histórica, ali você também pode tomar um aperitivo no terraço ao ar livre, ou também almoçar ou jantar no restaurante do castelo.

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2° Dia: Villa Hügel, Werden, Museu Folkwang e Zollverein

Aproveite o seu segundo dia na metrópole do Ruhr para uma visita à Villa Hügel, antiga mansão da dinastia industrial Krupp. Com 269 aposentos distribuídos em 8,1 mil metros quadrados de área cercada por um parque de 28 hectares, essa antiga mansão se tornou símbolo da industrialização da Alemanha.

Reformado várias vezes, o edifício original neoclássico foi construído em 1873. Após a Segunda Guerra, ele foi transformado pelos proprietários num centro cultural e museu aberto à visitação pública. A antiga mansão dos Krupp se localiza no sul de Essen, próximo ao bairro histórico de Werden.

Em Werden, você pode passear por ruelas idílicas, com casas em enxaimel (Fachwerkhäuser) e visitar a igreja de São Ludgero (St. Ludgerus Kirche), uma das mais importantes construções monumentais românicas na região da Renânia. Na cripta da igreja, cuja construção remonta ao início do século 9°, estão guardadas as relíquias de São Ludgero.

Entrada do Museu Folkwang em Essen
Museu Folkwang em EssenFoto: picture-alliance/blickwinkel/S. Ziese

Em Essen, os amantes da arte moderna não devem perder uma visita ao Museu Folkwang, referência mundial em obras do final do século 19 e início do século 20.

O prédio original foi destruído na guerra, sendo reconstruído em 1960 e ampliado em 2010, num projeto assinado pela estrela da arquitetura britânica David Chipperfield.

E para compreender melhor o passado industrial do Vale do Ruhr é imperdível conhecer a Zeche Zollverein, que já foi a maior mina de carvão do mundo e principal cocaria da Europa. Em 2001, ela foi elevada a Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.

Considerada símbolo do desenvolvimento da indústria pesada na Europa, a Zollverein foi uma rica fonte de carvão durante 135 anos. Construído em 1932, o projeto no estilo Bauhaus para o prédio do Fosso 12 (Schacht 12), dos arquitetos Fritz Schupps e Martin Kremer, influenciou durante décadas a construção de centros industriais na Europa. Com sua torre, ele é peça central do complexo histórico industrial.

Desativada em 1986, a mina foi transformada na década de 1990 num monumento da arquitetura industrial e abriga em seu areal um complexo que inclui um centro de arte e design, lojas, museus e restaurantes, atraindo anualmente 1,5 milhão de visitantes. A Zeche Zollverein se localiza no norte de Essen no bairro de Stoppenberg.

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3° Dia: Opções de passeios pelo Vale do Ruhr

O Vale do Ruhr não seria o Vale do Ruhr se fosse apenas uma cidade. Em torno de Essen, há ainda uma infinidade de tours que você pode fazer na antiga região industrial. Mas talvez seja preciso optar e escolher aqueles com que você mais se identifica. Aqui algumas sugestões para seu terceiro dia de passeio.

Situado num prédio de uma antiga cervejaria, em Unna, o Centro Internacional de Arte da Luz (Zentrum für Internationale Lichtkunst) é o primeiro e único museu do mundo a se dedicar exclusivamente a essa corrente da arte contemporânea, que se baseia na percepção da luz e do espaço.

O espaço em Unna possui 2,4 mil metros quadrados de área de exposição subterrânea. Artisticamente encenados, os corredores labirínticos, câmaras frias e caldeiras da antiga cervejaria abrigam hoje instalações e trabalhos de renomados artistas de todo o mundo sobre o tema luz.

Escultura transitável "Tiger & Turtle" em Duisburg
Escultura transitável "Tiger & Turtle" em Duisburg Foto: picture alliance/blickwinkel/S. Ziese

Em Oberhausen, o Gasômetro (Gasometer) é outro passeio imperdível. O reservatório metálico para gás de carvão construído em 1929 tornou-se um dos mais espetaculares espaços de exposições da Europa e um dos símbolos da região, com exposições icônicas que atraem milhares de visitantes. Da plataforma de observação a 117 metros de altura, pode-se ter uma visão panorâmica sobre a parte oeste do Vale do Ruhr.

Se optar por conhecer Oberhausen, não deixe de visitar a ponte-escultura de 406 metros de extensão Slinky Springs to Fame sobre o canal Rhein-Herne, do artista alemão Tobias Rehberger. O nome se refere ao Slinky, antigo brinquedo em forma de mola, que consegue andar sozinha usando a força da gravidade.

Inaugurada em 2011, a iluminada ponte de pedestres lembra o Slinky e interliga o Kaisergarten, jardim do Palácio de Oberhausen (Schloss Oberhausen), à ilha fluvial Emscherinsel.

Em Duisburg, maior porto fluvial da Europa, outra escultura transitável se tornou um dos símbolos da cidade também desde 2011: a Tiger & Turtle (tigre e tartaruga). A obra de 220 metros de extensão lembra uma montanha-russa, podendo ser visitada 24 horas por dia. De noite, seus corrimãos são iluminados com LEDs.

Situada na elevação Heinrich-Hildebrand-Höhe no parque Angerpark no bairro de Angerhausen em Duisburg, no topo de seus 80 metros de altura, pode-se ver marcos arquitetônicos como a Torre de TV de Düsseldorf, ao sul, e o Gasômetro de Oberhausen, ao norte. A Tiger & Turtle só fecha em caso de tempestade.

O Vale do Ruhr também oferece excelentes opções para quem curte futebol, pois, com cidades tão próximas umas das outras, é a preferência por uma determinada equipe ajuda a definir a identidade dos moradores da região.

Além do Museu Alemão do Futebol (Deutsches Fussballmuseum), em Dortmund também se localiza o Signal Iduna Park (nome do antigo Westfalenstadion, o estádio do Borussia Dortmund). Com seus pilares amarelos, o estádio é um símbolo da cidade no Vale do Ruhr.

Se tiver oportunidade, vale a pena assistir a um jogo do Borussia Dortmund. A sua média de público é simplesmente a maior do mundo: o time leva mais de 80 mil pessoas ao seu estádio a cada jogo. A tribuna Sul, também chamada de Gelbe Wand ou Parede Amarela, é onde fica a torcida organizada da equipe do Dortmund.

E, para os que gostam de arqueologia, a pequena cidade de Xanten, ao norte do Vale do Ruhr, abriga 2 mil anos de história, que podem ser vistos não somente em seu centro histórico medieval marcado pela catedral gótica, mas também no maior museu arqueológico ao ar livre da Alemanha, com reconstruções mostrando como era a vida na antiga cidade romana.

Para se movimentar no Vale do Ruhr, uma dica é comprar o SchönerTagTicketNRW, que permite levar cinco pessoas em todos os trens regionais, ônibus e metrôs dentro do estado da Renânia do Norte-Vestfália de 9h às 3h do dia seguinte.

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