Rudi Völler diz adeus
24 de junho de 2004"Só existe um Rudi Völler" era o que os alemães cantavam quando a Seleção Alemã chegou à final da última Copa do Mundo contra o Brasil em 2002. Esses tempos passaram. Agora, como se não bastasse a Alemanha ter sido eliminada da Eurocopa antes mesmo das quartas-de-final, o técnico Rudi Völler renunciou ao cargo.
A decisão foi anunciada hoje (24) pela manhã no hotel em que ficou alojada a Confederação Alemã de Futebol (DFB) durante a Copa, em Almancil, na região portuguesa do Algarve.
"Cheguei à conclusão de que já para a próxima Copa do Mundo, que será na Alemanha, só alguém que não tivesse falhas poderia exercer o cargo, alguém que tivesse um certo crédito, assim como eu tinha quatro anos atrás", justificou Völler. Ele comparou a eliminação precoce da Alemanha a uma "mochila pesada", que teria de carregar nas costas durante os próximos dois anos de preparação para a Copa do Mundo.
Sucessor
"Nós lamentamos muito a decisão, mas precisamos respeitá-la", comentou o presidente da DFB, Gerhard Mayer-Vorfelder. Ele disse ainda que tentou convencer Völler a mudar de idéia, mas sem resultado.
Oficialmente ainda não há sucessor, mas o mais provável é que Ottmar Hitzfeld assuma a posição. Depois de treinar o Borrusia Dortmund e o Bayern de Munique, Hitzfeld se diz disposto a aceitar o cargo, que seria para ele não apenas "uma honra", mas "uma conseqüência lógica".
Também há negociações com Michael Henke, assistente de Hitzfeld, e Christoph Daum, que foi técnico do Bayer Leverkusen até 2000.
Especulações correram soltas
Imediatamente após a derrota de 2 a 1 para a República Tcheca, Völler havia dito que "a decepção é naturalmente enorme", mas que, se dependesse dele, "permaneceria no cargo", conforme informou o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. Entretanto, as especulações logo correram soltas.
"Espero que as discussões sejam feitas de maneira correta, pois a seleção quer continuar treinando com Rudi", disse o jogador Michael Ballack ao mesmo jornal. O FAZ lembra que, após a derrota, não foi Rudi quem falou aos jogadores, mas Otto Schily, o ministro alemão do Interior, que foi pessoalmente aos vestiários. "Não devemos cair em depressão. Temos que incentivar nossos novos jogadores", disse o ministro ao jornal Süddeutsche Zeitung, de Munique.
Völler, que sucedeu Erich Ribbeck no comando da seleção, após seu fracasso na Eurocopa de 2000 na Bélgica e na Holanda, contabilizou um saldo de 29 vitórias, 11 empates e 13 derrotas à frente da seleção. Após a renúncia, ele deve retornar ao Leverkusen, do qual é diretor de esportes.