Rússia diz que 1.351 de seus militares morreram na Ucrânia
25 de março de 2022A Rússia informou nesta sexta-feira (25/03) que 1.351 soldados russos morreram desde o início da guerra na Ucrânia, e que outros 3.825 ficaram feridos. Os números foram apresentados pelo general Sergei Rudskoi, número dois na hierarquia das Forças Armadas russas.
Segundo a agência de notícias Associated Press, a contagem parece não incluir os separatistas apoiados por Moscou que lutam no leste da Ucrânia. Também não está claro se o dado considera os combatentes russos que não fazem parte do Ministério da Defesa, como os da Guarda Nacional, que também participam da invasão do país.
A Otan divulgou na quarta-feira que estima que de 7 mil a 15 mil soldados russos tenham sido mortos na guerra da Ucrânia. Já o governo em Kiev estima que mais de 15 mil soldados russos teriam sido mortos, número próximo da cifra de baixas soviéticas durante os 10 anos da guerra no Afeganistão, que durou de 1979 a 1989.
A Ucrânia diz ainda que seis generais russos foram mortos na guerra, enquanto Moscou reconhece a morte de apenas um general.
Imprensa russa impedida de verificar dados
Analisas militares recomendam que a divulgação dos números de mortos em guerras deve ser recebida com ceticismo, pois as partes envolvidas no conflito têm interesse em minimizar suas perdas e maximizar os danos impostos ao inimigo.
Além disso, a divulgação de dados sobre soldados mortos e feridos pelo governo russo está cercada de restrições, e a imprensa do país está proibida de reportar de forma independente sobre a guerra, que o Kremlin chama de "operação militar especial".
Na segunda-feira, o jornal russo Komsomolskaya Pravda, que costuma publicar matérias favoráveis ao Kremlin, informou em uma reportagem que "segundo o ministério da Defesa russo (...) 9.861 militares russos foram mortos em ação, e outros 16.153 foram feridos".
Minutos após a publicação do artigo, o trecho foi apagado. Nenhuma outra agência de notícias russa trouxe informação sobre esse número, e inicialmente não foi esclarecido por que o Komsomolskaya Pravda publicou essa informação. Mais tarde, o jornal informou que havia sido hackeado e que o número de mortos e feridos era falso.
Estimativas precárias
No início da semana, a Radio Free Europe/Radio Liberty, agência de notícias financiada pelo governo americano, que tem diversos jornalistas na região do conflito, informou que hospitais de Belarus estavam repletos de soldados russos feridos, e que um funcionário de um hospital relatou que mais de 2.500 mil cadáveres de soldados russos haviam sido transladados de Belarus para a Rússia..
A estimativa de mortos e feridos do lado ucraniano também é precária. Em 12 de março, há duas semanas, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou que cerca de 1.300 militares de seu país haviam sido mortos.
Rudskoi, das Forças Armadas russas, afirmou nesta sexta que 14 mil militares ucranianos teriam sido mortos desde o início da invasão, e outros 16 mil teriam sido feridos
Apenas na cidade de Mariupol, autoridades locais estimam que pelo menos 2.300 pessoas morreram, também alertando que o dado real deve ser maior. Nesta sexta-feira, o Conselho Municipal da cidade informou que ao menos 300 pessoas morreram em um ataque russo contra um teatro que estava sendo utilizado como refúgio antiaéreo.
bl/md (AFP, AP, ots)