Rússia reforça segurança nas fronteiras com a Ucrânia
7 de junho de 2014O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou neste sábado (07/06) o reforço das medidas de segurança na fronteira de seu país com a Ucrânia. De acordo com a agência de notícias russa Interfax, baseada em fontes do Kremlin, a intenção é impedir futuras travessias ilegais da fronteira.
Antes, durante a cerimônia de sua posse como novo presidente ucraniano, Petro Poroshenko se declarara disposto a criar um "corredor de fuga", pelo qual possam retornar a seu país os mercenários russos no leste da Ucrânia, região em crise devido aos distúrbios separatistas.
Há semanas o governo ucraniano vem acusando o serviço secreto russo FSB de permitir o ingresso em seu território de soldados fortemente armados. Por diversas vezes, Kiev exigiu que Moscou sustasse o afluxo de combatentes a partir da Rússia, e acabou por fechar diversas passagens, sobretudo na região de Lugansk.
Possível aceno de Moscou
Certos observadores ocidentais interpretam as atuais ordens russas para o endurecimento da segurança na fronteira como um possível primeiro gesto de aquiescência de Putin a Kiev e às potências ocidentais.
Na sexta-feira, por ocasião da comemoração dos 70 anos do Dia D na França, Poroshenko e Putin travaram informalmente uma conversa de 15 minutos, a qual girou em torno da solução do conflito, segundo dados do Kremlin. Putin afirmou ter "apreciado a abordagem" de Poroshenko.
Até o momento, no conflito russo-ucraniano, as advertências da União Europeia têm se dirigido, sobretudo, a Moscou, culminando com as ameaças durante o encontro do G7, na última quinta-feira.
Agora, falando ao jornal Tagesspiegel, o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, também pediu a Kiev moderação na atuação de seu Exército contra os pró-russos.
Ressaltando que o procedimento da Rússia no conflito "mudou de maneira sensível", o chefe da diplomacia alemã observou que, em meio às tensões reinantes, seria "inteligente proceder-se com cuidado e bom senso no emprego dos meios militares", pois, afinal, "o resultado das operações militares na Ucrânia Oriental não pode ser os separatistas ganharem mais popularidade".
AV/ap/afp/rtr/dpa